De nome científico Potamon fluviatile, o Caranguejo-de-Água-Doce-de-Malta, tem como principal curiosidade o fato de ser uma espécie que abandonou os oceanos definitivamente não precisando retornar para o mar para se reproduzir. Trata-se de um caranguejo conhecido por viver e se reproduzir em rios e lagos encravados no interior de florestas. Os seus ancestrais tem origem asiática e já estamparam moedas antigas gregas e mesopotâmicas.
Características do Caranguejo-de-Água-Doce-de-Malta
Esse caranguejo possui carapaça com largura entre 3,5 e 4,5 centímetros e seu corpo apresenta coloração castanha-acinzentada com marcas em amarelo. O corpo está dividido em três partes que são: cabeça, abdômen e tórax sendo que a cabeça e o tórax formam o chamado cefalotórax que se diferencia por ter a proteção de uma carapaça quitinosa. Sua cabeça conta com aparelho bucal de mastigação com duas mandíbulas além de dois pares de maxilas.
Possui olhos com suporte de um pedúnculo que podem ser recolhidos para as suas cavidades orbitais. O abdômen dessa espécie apresenta formato recurvado sendo que a fêmea da espécie conta com uma bolsa abdominal para realizar o processo de incubação dos seus ovos bem como o transporte dos seus filhotes.
No seu primeiro par de membros têm pinças bastantes robustas vermelhas que são usadas para sua defesa, para escavação e para manipulação. Possui mais quatro pares de membros cuja função principal é a locomoção do caranguejo. Os machos adultos geralmente possuem uma pinça maior que a outra, normalmente a pinça da direita. Não precisa ir para o mar para se reproduzir.
Classificação
A classificação da espécie do Caranguejo-de-Água-Doce-de-Malta foi feita no ano de 1785 por Johann Friedrich Wilhelm Herbst (1743 – 1807) no livro “Naturgeschichte der Krabben und Krebse” (1782-1804, que possui 3 volumes). Essa obra foi uma das primeiras tentativas de realizar um levantamento mais profundo acerca da ordem Decapoda. Houve a consideração de diversas subespécies relacionadas à Potamon fluviatile sendo que hoje não são mais tidas como válidas.
Onde a Espécie é Encontrada?
De acordo com evidências científicas é possível afirmar que essa espécie já esteve presente em países mediterrânicos e da parte norte do continente africano. No entanto, hoje em dia é encontrado somente em países como Malta (que lhe dá o nome popular), Albânia, Grécia, Croácia, na Sicília (Itália), na Ligúria e na Sardenha.
Vida Fora da Toca
O Caranguejo-de-Água-Doce-de-Malta vive em tocas escavadas em margens submersas de lagos e rios podendo sobreviver a período de baixa umidade. Essa espécie pode sair da água e penetrar em solo seco alcançando algumas dezenas de metros. Em fases do ano em que as temperaturas estão mais baixas se torna mais raro se deparar com esses caranguejos fora das suas tocas. Trata-se de uma espécie com mais volume de atividade no outono e na primavera.
Possui hábitos diurnos, mas de acordo com o aumento da temperatura média dos dias prefere sair de sua toca somente após o pôr-do-sol. Com um comportamento mais sedentário, os machos, tendem a passar tempo dentro da água do que as fêmeas que por serem menores apresentam mais velocidade quando em terra firme. Além disso, as fêmeas precisam de uma alimentação mais variada em nutrientes para que estejam prontas para a reprodução.
Vulnerabilidades
Por ser um caranguejo de temperamento agressivo e um tamanho considerável não é vulnerável a predadores particularmente, mas enfrenta dificuldades de sobrevivência no tocando a destruição de seu habitat e a poluição. A espécie é mencionada como em perigo crítico pelo Red Data Book for the Maltese Islands, mas ainda não consta na Lista Vermelha da IUCN. Uma questão relevante é o fato de que sua população vem sendo reduzida drasticamente nos últimos tempos.
Caranguejo-de-Água-Doce-de-Malta: Cuidados no Aquário
Por serem onívoros esses caranguejos oferecem certa facilidade para criação em aquários podendo ser nutridos de uma grande diversidade de alimentos desde insetos de pequeno porte até outros invertebrados. Porém, saiba que se esse caranguejo tiver uma chance poderá atacar peixes que se encontrem em estado de vulnerabilidade de saúde. Podem ser alimentados de algas, musgos e vegetais.
Quando se encontram em período de reprodução os machos podem realizar lutas rituais pelo direito a fêmea, contudo, ela pode ter mais de um parceiro nesse período. De maneira geral a cópula e a postura dos ovos acontece no fim da primavera, a eclosão dos ovos se dá no verão.
Cabe ao macho fazer o depósito no saco de esperma que será conservado num receptáculo específico. Os ovos depositados pela fêmea em sua bolsa abdominal (em torno de duas centenas) são fecundados depois. Ao nascerem às crias são basicamente aquáticas, isso perdura pelos seus primeiros meses de vida.