Os mares e os oceanos cobrem 70% do planeta Terra e 90% da biosfera, que constituem as partes do planeta onde há vida. A biosfera é extremamente complexa e está interligada, com relações ecológicas entre os seres vivos e destes com o planeta em si, incluindo as partes abióticas, ou seja, não vivas, do planeta.
Os oceanos são profundos e ocupam grandes extensões com livre circulação. A profundidade média é de 3.300 metros. Os mares possuem profundidade média abaixo de mil metros. Os dois constituem o ambiente marinho.
A formação dos mares e oceanos depende do deslocamento das placas continentais sobre o magma terrestre. Este tipo de ecossistema abriga uma infinidade de seres vivos, animais, vegetais, seres microbiológicos, etc. Neste artigo vamos falar sobre os animais marinhos.
Os animais marinhos são: os invertebrados, que incluem os crustáceos, por exemplo, e os vertebrados, que são os peixes, os anfíbios, os répteis e os mamíferos, além de aves.
Invertebrados Marinhos
São os animais que possuem como característica principal a ausência de coluna vertebral, mas isso não quer dizer que todos os indivíduos possuem as mesmas características, pelo contário, há pesquisas que comprovam o quanto tiveram relações evolutivas diferentes.
Alguns exemplares desses grupos são as esponjas, as águas vivas, os caranguejos, etc. Esse grupo é um dos mais bem adaptados à diferentes condições de vida e por isso são encontrados em todo o ambiente terrestre, em todos os habitats terrestres e aquáticos.
Dentro dos ambientes aquáticos são divididos em:
- Bentônicos.
- Nécton.
- Plancton.
Bentos
Os bentos vivem nos substratos marinhos, podem viver enterrados ou acima dele, podem se arrastar, escavar ou caminhar, o que define sua classificação é a interação com o fundo. Podem ser fixos ou livres e constituem um grupo com imenso números de indivíduos, onde estão inseridos os corais. Dentro dos bentos ainda são divididos em fitobentos ou zoobentos e ainda são classificados quanto ao seu tamanho, sendo que há indivíduos chamados de microbentos que são menores que 1 milímetro e, portanto, não são visíveis a olho nu.
O substrato é de grande importância ao ser humano, principalmente quando se considera alguns fatores econômicos. A pérola é um exemplar do que é produzido nesta região, além de que muitos animais que ali vivem são parte significativa da alimentação humana como as ostras e os camarões.
Nécton
É o grupo de animais que se move de maneira livre na coluna da água de maneira ativa, há apenas um exemplar de invertebrado neste grupo e são os moluscos cefalópodes, mais conhecidos popularmente como lulas, cujo sistema de locomoção é feito por propulsão da água que está interna para fora de seu corpo e assim gerando o movimento.
Plâncton
Se movem passivamente na coluna da água, sendo arrastados por correntes ou outros movimentos marinhos, não possuem períodos em que habitam o substrato, são essencialmente flutuantes. São divididos entre outras duas classificações são elas o zooplancton e o fito plâncton, o zooplancton é o grupo dos heterótrofos e o fito plâncton o grupo dos autótrofos.
O fito plâncton possui função vital na conservação da atmosfera do planeta, pois através desses organismos grande parte do CO2 da atmosfera é consumido e, portanto, passa a estar fora de circulação, além disso, durante o processo ainda liberam o oxigênio, esse grupo compreende as algas (diatomáceas) e as cianobactérias. O seu poder de sequestro de carbono é muito maior do que o das árvores.
O zooplancton compreende os protozoários, larvas, alguns crustáceos muito pequenos, etc. Se alimentam do fito plâncton e em sua maioria é transparente, essa característica se deu provavelmente como estratégia evolutiva porque perto de outros animais é um grupo muito frágil, pelo menos ao se tornam “invisíveis” se camuflam e podem escapar de predadores.
Organismos Pelágicos
Vivem variando entre o substrato e a coluna de água, variam de acordo com as vantagens que cada ambiente lhe oferece, por exemplo, quanto a disponibilidade de comida para os peixes, nos períodos de abundância de alimentos flutuantes eles não vão procurar alimentos no substrato com grande frequência, a mesma lógica pode ser aplicada para outros organismos vivos.
Vertebrados Marinhos
O grupo dos vertebrados marinhos é imenso e engloba milhares de espécies animais, das mais variadas formas que assim como os invertebrados estão espalhados em todos os cantos do planeta.
Peixes
Peixe é um termo muito amplo que engloba muitas espécies e indivíduos de vertebrados aquáticos, são inúmeras as modificações que podem haver dentro desta mesma denominação, então neste caso é melhor citar algumas características que são gerais com raríssimas ou nenhuma exceção. Tais quais:
- São ectotérmicos;
- Possuem barbatanas ou nadadeiras;
- Seu corpo é sustentado uma espinha dorsal, composta por exoesqueletos, raios ósseos ou cartilagens;
- Respiram o oxigênio dissolvido na água através das brânquias, quando estão fora d’água param de respirar;
- O seu corpo é coberto por escamas.
Dois Grandes Grupos
São divididos em peixes cartilaginosos, que contam com mais de 1000 espécies incluindo os tubarões e os peixes ósseos, com mais de 20000 espécies, incluindo as sardinhas e o bacalhau.
Alimentação
Sua alimentação é tão diversificada quanto seu número de espécies e subespécies. Os menores exemplares podem se alimentar dos organismos planctônicos, os maiores indivíduos podem se alimentar de outros peixes e serem exímios predadores, o maior exemplo de todos é o tubarão. Podem ainda ter hábitos parasitas e se alimentar a partir dos restos de outros.
Reprodução
Pode ocorrer na água, as fêmeas estão vivendo livremente e os machos liberam o seu esperma que ao encontrar os ovos liberados pelas fêmeas pode fecunda-los, geralmente isso acontece principalmente nas espécies que vivem em cardumes. Na grande maioria das vazes os ovos vão para o fundo o permanecem até chegar a hora do nascimento, claro que fatores como a predação podem interromper o processo, mas o procedimento é este, com algumas exceções.
Uma exceção são os tubarões que são gerados a partir de fertilização interna e se desenvolvem no útero das fêmeas. Os peixes não possuem estruturas semelhantes ao pênis, mas possuem uma estrutura que tem função de apenas colocar o esperma dentro da fêmea.
A reprodução é muito afetada pela temperatura da água, pois pode variar a idade em que o individio atinge a maturidade, enquanto em locais mais frios pode ser aos 3 anos, em climas mais quentes pode ser com apenas 1. Além disso, temperaturas muito extremas de frio podem inibir a desova.
Hábitos de Sono
Os peixes não dormem apenas tem períodos de repouso em que continuam flutuando devido a mecanismos de equilíbrio do seu próprio corpo, no entanto, nesses períodos eles podem se esconder por causa dos predadores.
Valor Econômico
Sem a existência dos peixes a civilização não teria se desenvolvido da mesma maneira, são parte fundamental da alimentação em muitas culturas ao redor do mundo, em muitos lugares são o alimento base, assim como no Brasil é o arroz e feijão. Há milhares de anos atrás os primeiros homens sobre a face da Terra já se alimentavam a partir dos peixes.
Ainda movimentam a economia devido a comercialização de peixes para aquário e por causa dos Ômega 3, composto essencial para a saúde humana que ocorre em abundância nos peixes.
Mamíferos Marinhos
Há apenas seis grupos de mamíferos marinhos, são o peixe boi, o urso polar, a foca, o leão marinho, a morsa, esses três últimos constituem uma mesma subfamília, tem a família da lontra felina e lontra marinha, tem o grupo dos golfinhos, baleias e dos marsuínos e por fim, a ordem Desmostylia, que é constituída por uma espécie identificada através de fosseis e que viveu há milhares de anos atrás. Há espécies que são parcialmente marinhas, pois podem passar algum tempo fora da água.
Uma das maiores diferenças entre os mamíferos marinhos e os peixes é que os peixes se movem fazendo movimentos laterais com a sua cauda, enquanto os mamíferos fazem movimentos para cima e para baixo com a sua espinha para nadar. Possuem grossas camadas de gordura para prevenir as perdas de calor e manter a temperatura corporal, outra grande diferença é a respiração no qual eles assim como os seres humanos respiram o ar ao invés de absorve-lo da água como os peixes.
Reprodução
Dão à luz a apenas um filhote por vez.
Anfíbios
Há apenas duas exceções de anfíbios que vivem em ambientes marinhos, todas as outras espécies são essencialmente terrestres e de água doces e mesmo assim as espécies não passam a vida toda no mar, elas intercalam e vivem mais em ambienteis intermediários. O nome delas é rã comedora de caranguejos e rã aguadeira do deserto australiano.
Répteis
Apenas cerca de 80 espécies de répteis entre as milhares existentes utilizam o ambiente marinho e ambientes intermediários. O maior réptil que habita o nosso planeta é um crocodilo que vivem em áreas de estuários, ou seja, áreas intermediárias, podem chegar a 6 metros e passar de uma tonelada. É o único desta família a se aproximar do ambiente marinho.
Há apenas um iguana marinha que vive na ilha de galápagos e ao passo que há 70 tipos de serpentes e cobras marinhas e sua área de distribuição é principalmente os mares próximos à Austrália. Nesse grupo também existem as tartarugas marinhas.
Aves
Apenas uma porção muito pequena de aves vivem na região marinha, em locais longe da costa. Seu corpo é adaptado para o ambiente que vive, por isso possuem uma camada de gordura que a impede de “se molhar” e as deixam impermeáveis. Suas patas são modificadas e também seu bico possui uma modificação em forma de um buraco por onde liberam o excesso de sal que consomem. Esse grupo é composto por 4 famílias que contam com 108 espécies. Alguns exemplos são os pinguins, as gaivotas, os albatrozes e os pelicanos.
Preservação dos Oceanos
Todas as espécies que vivem no mar estão seriamente ameaçadas pela poluição humana, os animais não conseguem distinguir os alimentos dos resíduos, principalmente os resíduos plásticos e assim todos os dias incontáveis animais são encontrados mortos por causa da ingestão desses componentes.
Muitas organizações lutam para reverter esse quadro, para tratar animais encontrados doentes e para sensibilizar a população como um todo, mas a mudança de hábitos é lenta, se é que vai ocorrer a tempo de manter a vida nos oceanos.