É incrível observar as maravilhas da natureza, desde o comportamento dos animais, seus hábitos e costumes, até a beleza das plantas. Podemos identificar essas maravilhas em diversos locais, desde a terra até no céu e nas águas. Um exemplo disso são os peixes voadores, que possuem nadadeiras que se abrem para mantê-los no ar.
Eles podem medir até 25 centímetros de comprimento e podem atingir a altura de 6 metros, além de planarem por até 9 metros de distância. Pois, é quem diria que peixes também poderiam voar? Ou nesse caso planar? Continue lendo para descobrir mais sobre esses animais incríveis que desafiam de uma forma particularmente inédita os conceitos que temos definidos a respeito de peixes.
Exocoetidae: Família de Peixes Voadores
Os peixes conhecidos como voadores pertencem a família Exocoetidae que é uma das que mais despertam interesse nos biólogos focados em investigar as características específicas desses curiosos seres marinhos. Vale a pena conhecer mais sobre essa família, suas espécies e gêneros para entender como peixes podem voar.
A família Exocoetidae tem cerca de 70 espécies de peixes marinhos divididas em 7 gêneros conhecidos popularmente como peixes-voadores pela sua capacidade de planar no ar dando origem a um espetáculo realmente incomparável. Os integrantes dessa família são encontrados em áreas de águas quentes em regiões tropicais e subtropicais. A maior concentração desses peixes está nos oceanos Pacífico e Índico.
Características dos Peixes Voadores
Os peixes da família Exocoetidae se caracterizam por terem barbatanas peitorais demasiadamente grandes de maneira que conseguem realizar um movimento semelhante ao de voo sobre as águas. As barbatanas abertas permitem que eles planem em longas distâncias em alturas superiores aos 50 metros.
Algumas das espécies possuem barbatanas pélvicas bastante grandes de maneira que é possível se confundir acreditando que esses peixes têm quatro asas, como, por exemplo, a espécie Cheilopogon exsiliens. Esses peixes produzem realmente um espetáculo da natureza à parte.
Voo
O ‘voo’ realizado pelas espécies de peixes voadores da família Exocoetidae é diferente daquele realizado pelas espécies sul-americanas da família Gasteropelecidae. Esses peixes não batem as barbatanas como se fossem asas tal qual fazem as aves. Suas barbatanas são estruturas mantidas imóveis agindo como um planador.
O arranque e a decolagem são feitos integralmente enquanto o peixe nada paralelo a superfície. Seu voo começa com um salto que impulsiona o peixe para a superfície e em seguida ele usa suas barbatanas abertas para se manter planando. Os peixes conseguem se manter mais tempo voando quando estão planando mais baixo seguindo uma trajetória paralela a superfície.
Numa altura de 1,5 metros acima da superfície é possível que o peixe plane por 30 segundos percorrendo distâncias de até 400 metros. Uma curiosidade interessante a respeito da anatomia das barbatanas desse peixe é que seus mecanismos de controle aerodinâmico são iguais às adaptações observadas nas asas das aves.
Velocidades e Distâncias
Peixes voadores podem chegar a velocidades de 50 a 60 km/h, em alguns casos raros até chegam a 70 km/h, algo bastante semelhante a um cavalo galopando. Para esses peixes é possível chegar a essas distâncias e velocidades por baterem suas barbatanas rapidamente, cerca de 50 vezes por segundo antes de sair da água. O tempo mais prolongado de voo de um peixe voador já registrado foi de 45 segundos.
Observando que os peixes dessa espécie medem em torno de 30 cm na fase adulta é interessante ressaltar que essa capacidade de se manter no ar é muito mais do que um salto fora da água. Uma das principais vantagens desse diferencial de planar sobre a água é ter facilidade para fugir de predadores.
Fugindo de Predadores
Quando um peixe voador se sente ameaçado por um potencial predador pode simplesmente dar o seu impulso para saltar para cima da superfície. Algo interessante é que numa situação de perigo esse peixe segue mais ou menos um protocolo de decolagem, assim que chega a superfície ele começa a bater o rabo na água para conseguir ser empurrado para o ar.
Estando no ar esse peixe abre suas barbatanas e se mantém no ar, realizando sua decolagem ele se mantém inclinado 15 graus em relação a superfície. Esses ‘voos’ costumam ser rápidos, os peixes voadores se mantêm no ar por um período entre 2 e 15 segundos. Comparando com outros peixes que não possuem essa habilidade, esse tempo de voo, é praticamente uma eternidade, não é mesmo?
Olhos Adaptados
As espécies de peixes voadores possuem olhos mais planos do que outros peixes como um tipo de adaptação para a menor refração do ar tornando a sua visão fora da água mais desenvolvida. Mais uma prova de que a natureza é sábia e faz todo o necessário para permitir que as espécies possam se desenvolver e se manter bem dentro das condições oferecidas. Esses peixes são adaptados para usar essa habilidade de voo como um benefício próprio para sobreviver e fugir de eventuais perigos nos oceanos.
Alimentação
As espécies de peixes voadores vivem próximo da superfície da água e se alimentam de plâncton. Algo curioso é que os ovos desses peixes são consumidos como alimento humano no Japão em especial no preparo de sushi.
O Nome Exocoetidae
A origem do nome da família Exocoetidae se deve a expressão grega εξω-κοιτος, exo-koitos, “jazer fora” com um sentido de dormir debaixo das estrelas. Isso é uma referência ao fato de que peixes voadores muitas vezes passam as noites nas cobertas dos barcos ao saltar para fora d’água à noite. Os peixes voadores inspiraram o nome de uma constelação, a ‘Volans’. Inclusive o nome de um dos gêneros desses peixes voadores, Hirundichthys significa ‘peixe andorinha’ em grego.
7 Gêneros
Ao todo são aceitos 7 gêneros dentro dessa família, eles estão divididos em 4 subfamílias. Antes o gênero Oxyporhamphus era considerado como integrante desse grupo, no entanto, isso mudou de maneira que passou a ser classificado como Hemiramphidae. Essa alteração se deve a estudos fitogenéticos que aproximam esse gênero mais do outro grupo. Esse tipo de classificação considera o quanto há características semelhantes ou até iguais entre as espécies.
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