Raposa-do-Campo, Vítima da Devastação do Cerrado

O Brasil é, sem dúvida, o país da diversidade. Nesse contexto, sua pluralidade não se limita as raças, mas se estende pela imensa flora animal, que abrange desde as espécies mais conhecidas até as mais exóticas.

Uma dessas espécies exóticas é a raposa-do-campo. Encontrada em Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e em São Paulo, habita os campos e cerrados, por não medir mais do que 60 centímetros, caracteriza-se por ser uma dos menores cachorros selvagens do país.

Trata-se do canídeo brasileiro mais raro de seis espécies de canídeos selvagens, dos quais o que mais se destaca é o lobo-guará. Ao ser visualizado, nota-se que realmente se assemelha muito com um cachorro pequeno, com focinho curto e dentes pequenos.

Especie

Outro aspecto curioso é que ele tem um conjunto de cores. Para se ter uma ideia ele é acizentado na parte de cima com a barriga parda ou castanha e as orelhas vermelhas.

Outro traço importante de ser destacado é que trata-se de um animal que gosta de viver solitariamente e costuma aparecer mais a noite do que durante o dia. Normalmente circulam pelas casas em busca de alimentos, um desses são as galinhas.

Devastação da Natureza e a Aproximação com o Homem

Com o objetivo de estudar essa espécie, um grupo de biólogos de Araguari, criou o Projeto Ecologia e Conservação da Raposa-do-Campo nos Cerrados Brasileiros. Para isso, capturam os animais, colhem material como carrapatos e sangue e faz o seu rastreamento por meio de coleira com transmissor de rádio.

Toda essa preocupação tem uma finalidade muito clara: em razão da devastação do cerrado – atualmente resta menos de 20% da cobertura original – essa espécie está tendo um contato cada vez mais constante com o homem, o que lhe vem provocando sérios problemas, tanto que não se sabe quantas raposas morrem por parvovirose, sindomose e raiva ou se elas são portadoras dessas doenças.

Proteção

Além disso, outro objetivo desse trabalho é criar um parque de conservação, para preservar os sobreviventes. Os pesquisadores envolvidos nesse projeto entendem que é de fundamental importância preservar essa espécie, para manter o equilíbrio ecológico da cadeia alimentar, pois desempenha um papel crucial na dispersão de sementes de árvores e outras frutas.

Segundo estudos da ONG Conservação Internacional (CI-Brasil), a situação do Cerrado é tão preocupante que pode simplesmente desaparecer até 2030, pois dos 204 milhões de hectares originais, 57% já não existe mais e o que restou está bastante alterado, o que prejudica a conservação da biodiversidade.

Habitat

A situação está mais crítica nos estados do Mato Grosso do Sul, Goiás, Triângulo Mineiro e oeste da Bahia. Por viver nessa região, a raposa-do-campo, certamente corre sérios riscos. Daí a importância do trabalho desses pesquisadores em sua hercúlea tentativa de preservar o que resta dessa espécie tão curiosa.

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