Os morcegos são os mamíferos mais diferentes da espécie e se diferenciam por poderem voar, enquanto que os demais andam ou nadam. Eles possuem essa habilidade porque seus membros superiores, as mãos e os braços, evoluíram e se transformaram em asas, que levam o nome de patágio. No entanto, são completamente diferentes das asas das aves, pois possuem textura mais fina, quase como uma membrana, que é conhecida por uropatágio.
Dentre os morcegos, há 1.116 classes ou espécies, que têm diferentes formas e tamanhos, com envergaduras de asas que podem chegar a 2 metros de comprimento, sendo que muitas delas podem se adaptar a qualquer tipo de ambiente. Além disso, são animais com uma enorme diversidade alimentar e dentre os alimentos mais consumidos pelos morcegos estão as frutas, folhas, sementes, néctar, pequeninos animais, sangue e peixes. A dieta à base de sangue é feita somente por três tipos de morcegos, os hematófagos, encontrados em partes da América Latina e no México, mas não há risco de ataque aos seres humanos.
Os Lophostomas brasiliensis são uma espécie de morcego que aparece desde o México e Peru, até o Nordeste do Brasil, com distribuição maior no Paraguai. Normalmente são avistados em regiões com baixa altitude e em ambientes abertos como as veredas, sendo que muitas vezes fazem uso dos cupinzeiros como suas casas.
Eles habitam ainda regiões de florestas úmidas, como a Mata Atlântica, além de pomares com vários tipos de frutas. Costumam sair para comer no horário do crepúsculo, entre a neblina, e não são hematófagos, pois sua alimentação se baseia em insetos, frutas e frutos.
Os mamíferos voadores são responsáveis por grande parte da polinização que ocorre, pois carregam as sementes e o pólen das plantas de um lugar ao outro, sem contar que contribuem com o equilíbrio do ecossistema, já que se alimentam de insetos que são pragas para a agricultura. Porém, uma das maiores características desses animais é sua capacidade de localização, pois são espécies noturnas que fazem uso de um sonar interno, orientado por barulhos e ecos, usados para a procura de alimentos, transmissão da comunicação e locomoção.
Além de benefícios para o homem, os morcegos também são dispersores de doenças, como a raiva, que compromete o sistema nervoso desses animais. Porém, para que a doença se espalhe, é necessário que se tenha o contato diretamente com o sangue do morcego, através de feridas, cortes, mordidas ou ainda com líquido contaminado expelido pelo animal.
Os riscos de infecção são maiores para os animais domésticos do que propriamente para o homem. No entanto, as estatísticas podem aumentar devido ao processo de maior relacionamento dos morcegos com os humanos e vice versa, decorrente dos desmatamentos, aumento da agricultura em regiões de preservação e expansão desenfreada das cidades, que culminam por desalojar os morcegos de seu habitat natural.