Golfinho diz respeito a vários animais pertencentes à algumas famílias de cetáceos. Os cetáceos são animais pertencentes à classe dos mamíferos. Sim, apesar de parecerem peixes, as baleias e os golfinhos não são peixes. Isso se chama analogia, para a evolução. A analogia é quando animais que não vêm de um ancestral em comum tenham corpo parecido, geralmente relacionado ao seu movimento, ou seja, peixes e mamíferos marinhos possuem formato de corpo hidrodinâmico, mesmo não tendo a homologia entre os membros e ossos corporais.
Golfinhos englobam animais das famílias Delphiniidae, Platanistidae, Iniidae, Pontoporiidae e Lipotiidae. Ao todo existem cerca de quarenta espécies nomeadas de golfinhos, cinco delas apenas vivem em ambientes de água doce. E estas variam em tamanho de 1,7 metros de comprimento até 9,5 metros de comprimento. E em peso desde os 50Kg até mais de 10 toneladas. E a maioria das espécies mostram um dimorfismo sexual ou seja, diferenças anatômicas visíveis entre machos e fêmeas.
São essencialmente aquáticos e são mamíferos muito inteligentes. São encontrados em todo o mundo, são carnívoros. Passam a vida toda debaixo da água, precisam apenas subir para respirar a cada dez minutos, aproximadamente. O golfinho que estamos acostumados a ver e chamar de golfinho na verdade é apenas uma espécie, chamada de Golfinho-nariz-de-garrafa. Os golfinhos são um dos mamíferos nadadores mais rápidos, podendo atingir velocidades de mais de 40 Km por hora.
Classificação
Os golfinhos constituem um grupo parafilético, ou seja, não é um grupo que engloba todos os animais da mesma classificação com o mesmo ancestral em comum. É um grupo que envolve muitas famílias percentences à ordem dos cetáceos, a mesma que engloba baleias, golfinhos e botos. A maioria das espécies dentadas.
Existem 43 espécies descritas. Destas, 38 são de águas oceânicas e as outras cinco habitam ambientes de água doce. As famílias do grupo são:
– Delphinidae (golfinhos oceânicos)
– Platanistidae (golfinhos do rio Indus e do Ganges)
– Iniidae (golfinhos do rio Amazonas)
– Pontoporiidae (golfinhos do rio de La Plata)
– Lipotidae (golfinhos do rio Baiji ou chineses)
Distribuição
São encontrados em todo o mundo. Entretanto o seu principal habitat são as águas rasas de plataformas continentais. Alguns podem ser encontrados em águas extremamente frias do oceano ártico. Mas a maioria prefere águas quentes e tropicais. Ainda há algumas espécies que vivem em água doce, como o rio amazonas.
Características
Possuem um corpo alongado, largo no meio e afunila na cabeça e na ponta. Na parte traseira possui uma barbatana caudal chamada de pata, esta é larga e plana e usada para propulsão no movimento e é, na maioria das espécies, dorsal. Na frente e inferiormente há duas nadadeiras, uma de cada lado. No fim da cabeça há um bico parecido com um focinho e na maioria das espécies ele é alongado. Acima da cabeça há um orifício e nas laterais, dois (o primeiro para respiração e os outros para audição). São geralmente cinzas, com a parte de cima mais escuras. Alguns possuem manchas ou linhas com vários outros tons.
O longo focinho é chamado de rostro. Algumas espécies costumam usá-lo para investigar o fundo do oceano e procurar e esconder peixes e presas. No rostro há dentes em forma de cone que são usados para capturar peixes e outras presas.
Possuem uma camada de gordura no corpo que fica localizada sobre a pele. Ela auxilia na proteção contra águas frias e também ajuda o golfinho a flutuar na água.
A grande testa dos golfinhos é chamada de melão. Ela possui uma gordura que ajuda a pressionar e liberar o ar para produzir os sons de ecolocalização.
Todos os golfinhos são carnívoros e se alimentam principalmente de peixes e lula. Alguns também se alimentam de crustáceos, como as lagostas e os camarões.
Os botos são menores que os golfinhos. Possuem menos de 2,5 metros e são mais volumosos. Além disso possuem uma cabeça pequena e um bico reduzido. O formato dos dentes também é diferente. Os botos possuem geralmente dentes em formato de pá e os golfinhos em formato de cone.
Comportamento
Os golfinhos comuns viajam em grupos de cerca de dez a cinquenta indivíduos e costumam se reunir em grupos de até 2000 indivíduos. Juntos eles são muito sociáveis e fazem muitos movimentos juntos, como os famosos pulos que vemos na televisão ou em praias, ao vivo. Um show da natureza. A ciência ainda não conseguiu desvendar um motivo maior do que se divertir e se exibir, quando fazem essas estripulias no ar.
Reprodução
A maturidade sexual nos golfinhos varia de acordo com a localização geográfica do golfinho e também se ele é macho ou fêmea. Exemplo: nas águas da Flórida, a fêmea amadurece sexualmente entre os 5 e os 13 anos de idade e os machos amadurecem entre os 10 e 13 anos de idade.
Os golfinhos nariz-de-garrafa podem se reproduzir por todo o ano. Entretanto, certas épocas de reprodução foram observadas e elas coincidem com as estações de parto. As fêmeas ovulam cerca de 2 a 7 vezes ao ano e a ovulação dura cerca de 30 dias. Esta espécie costuma ter múltiplos parceiros sexuais em cada época reprodutiva. A menopausa não foi observada na espécie de golfinho nariz-de-garrafa. Inclusive foram observadas ótimas criações e nascimentos de golfinhos de até 48 anos de idade, em Sarasota.
A cópula é desconhecida para os pesquisadores, mas acredita-se que ela ocorra sazonalmente e de barriga com barriga, como a maioria das baleias, e isso devido à anatomia dos órgãos reprodutores. Nos machos e nas fêmeas, o órgão sexual fica na barriga.
A cada gestação, nasce apenas um filhote. E ela dura cerca de 12 meses, por isso a época reprodutiva costuma coincidir com a época de parto. Mas isso varia de acordo com a espécie. Inclusive a reprodução da maioria permanece desconhecida para os pesquisadores.
Os bebês nascem apontando o rabo primeiro (o que é muito raro). Filhotes podem ter desde 90cm até 2m de comprimento. Estes costumam mamar até os 4 anos de idade e o cuidado parental vem especialmente da mãe. O pai não costuma participar. Uma curiosidade é que, em algumas espécies, foi observado o costume de fêmeas serem babás, ou seja, cuidar de bebês de outras fêmeas.
Comunicação
Os golfinhos, as orcas e os botos usam a ecolocalização para detectar objetos e se locomover. É uma espécie de sonar.
Os golfinhos possuem um sistema sensorial composto por vários órgãos que juntos exercem funções que atuam no relacionamento, na localização de presas, na comunicação entre eles e também para se locomover. Esse sistema é dividido em táctil, químico, visual, paladar e auditivo.
A cabeça dos golfinhos funcionam como uma caixa acústica e possui um sistema semelhante ao dos morcegos. Conhecido como ecolocalização. O golfinho gera alguns sons que são refletidos nos objetos que estão no caminho que as ondas sonoras percorrem, e então voltam para os golfinhos e assim eles obtém informações a respeito da localização e do tamanho do objeto. Isso acontece pois eles produzem sons de alta frequência, na faixa de 150 KHz, ou seja, ultra-sônicos.
Os sons são gerados pelo ar que eles inspiram no orifício por onde respiram. Então os golfinhos pressionam o ar dentro do corpo e liberam o ar pressionado por um orifício que fica em uma parte da cabeça chamada de melão que possui a capacidade de amplificar esse som para o ambiente aquático, além disso consegue direcionar as ondas sonoras para onde ele quiser.
Você sabia que a propagação das ondas sonoras na água é cinco vezes mais rápida do que no ar? Pois é, por isso esse sistema de ecolocalização é tão funcional para esses animais. A ecolocalização permite que os golfinhos saibam a distância do objeto, a textura, o tamanho, a densidade e se ele está em movimento ou não. E, exatamente por isso, ele consegue saber se é uma presa, um predador ou apenas algum outro ser vivo ou um objeto.
Conversas Entre Os Golfinhos
A ciência já provou que os golfinhos conversam entre si e, apesar de ainda estar longe de desvendar os mistérios relacionados à inteligência dos golfinhos, já se sabe que eles possuem uma espécie de alfabeto composto de mais de cinquenta sons diferentes e nove tipos de assobios. Com isso eles formam espécies de frases.
Alimentação
Os golfinhos encontram comida com a sua visão, sua audição e também pela ecolocalização. O nervo auditivo dos golfinhos é duas vezes maior que o nervo auditivo dos humanos, e isso significa que o som é processado muito mais rapidamente, sendo assim um ótimo mecanismo para localizar peixes em movimento e conseguir pegá-los.
Os golfinhos possuem muitos dentes, entretanto costumam usá-los apenas para prender o peixe na boca, pois acabam engolindo as presas inteiras, por mais grandes que sejam. Os golfinhos com focinhos longos e com muitos dentes costumam preferir se alimentar de peixes. E os golfinhos com focinhos curtos e poucos dentes costumam procurar invertebrados, como os crustáceos.
Eles vivem em grupos sociais e usam a ecolocalização para encontrar presas e geralmente eles fazem isso juntos. Quando encontram um cardume de peixes eles fazem escoltas e prendem os peixes cercando o cardume para caçar. Também costumam seguir aves marinhas, outras baleias e também barcos de pesca para, como oportunistas, se alimentar de presas que escapam das emboscadas destes.
Há um hábito que golfinhos praticam, que foi observado a pelo menos 20 anos pelos pesquisadores, mas até hoje não há consenso científico do porquê isso ocorre. Os golfinhos matam botos. Alguns cientistas acham que isso ocorre por competição alimentar. Outros duvidam disso pois dizem que as presas não são as mesmas. Alguns acreditam que seja para proteger os golfinhos filhotes e jovens, como se vissem os botos como uma ameaça.
Outro hábito que intriga muitos cientistas e pesquisadores é o fato de golfinhos matarem golfinhos filhotes e jovens. A maioria que pratica isso são os machos. Alguns pesquisadores afirmam que isso acontece como uma forma de criar mais oportunidades de acasalamentos futuros, evitando competição por fêmea no mesmo grupo. Outros acreditam que isso ocorre apenas como resultado de uma confusão, devido ao fato de golfinhos jovens terem o mesmo tamanho de botos. Novamente, não há consenso entre os cientistas ainda.
Inteligência
O cérebro é o órgão associado às capacidades de compreender, raciocinar, aprender e outros processos cognitivos. Este órgão do golfinho é incrivelmente grande e complexo, muito comparável ao dos humanos. Muito grande também comparado ao seu corpo. Em alguns estudos de ressonância magnética, foi comprovado que o cérebro dos golfinhos é cerca de quatro a cinco vezes maior do que de outros animais com o mesmo tamanho corporal.
O golfinho nariz-de-garrafa, de nome científico Tursiops truncatus é o segundo colocado na lista de taxa de encefalização, que compara o tamanho, em massa, do cérebro relacionado ao tamanho corporal.
O neocórtex é muito desenvolvido e o cerebelo apresenta muitas convoluções. Além disso as conexões entre as áreas neurológicas e as áreas motoras do órgão exibem altíssima sensibilidade à dor e à estresse.
Os comportamentos dos golfinhos mostram que o desenvolvimento cerebral é semelhante ao dos humanos, pois conseguem processar informações à sua volta e decidir atitudes e resolver problemas.
Atitudes que mostram como a inteligência dos golfinhos vai além do que se imaginava ser restrito aos seres humanos:
- São criativos e brincalhões. Não são comportamentos mecânicos e rígidos que mostram à ciência que são instintos, mas sim formas de diversão, apenas.
- A empatia sugere que eles tenham emoções que levam indivíduos a serem altruístas.
- Têm excelente capacidade de aprender e ensinar.
- Usam ferramentas e ensinam filhotes a usar.
- Mostram sinais de empatia também pois costumam ajudar, e se mobilizar entre si nos grupos, outros animais feridos e incapacitados de algo, inclusive de outras espécies.
- Possuem pensamento abstrato. Isso foi provado pois eles se reconhecem frente a um espelho. Isso é um sinal de maior inteligência e autoconsciência.
Lista De Espécies Representativas
Golfinhos De Águas Oceânicas
- Golfinho-comum-de-bico-longo, Delphinus capensis
- Golfinho-comum-de-bico-curto, Delphine delphis
- Golfinho-de-garrafa, Tursiops truncatus
- Golfinho-de-garrafa do Indo-Pacífico, Tursiops aduncus
- Golfinho do Norte da Direita, Lissodelphis borealis
- Golfinho do Cabo Direito do Sul, Lissodelphis peronii
- Tucuxi, Sotalia fluviatilis
- Costero, Sotalia guianensi
- Golfinho com costas corcundas Indo-Pacífico, Sousa chinensis
- Golfinho jubarte indiano, Sousa plumbea
- Golfinho-corcunda-do-atlântico, Sousa teuszii
- Golfinho manchado atlântico, frontalis de Stenella
- Clymene Dolphin, Stenella clymene
- Golfinho Manchado Pantropical, Stenella attenuata
- Golfinho-rotador, Stenella longirostris
- Golfinho listrado, Stenella coeruleoalba
- Golfinho áspero-dentado, Steno bredanensis
- Golfinho Chileno, Cephalorhynchus eutropia
- Golfinho de Commerson, Cephalorhynchus commersonii
- Golfinho de Heaviside, heavisidii de Cephalorhynchus
- Golfinho de Heitor, Cephalorhynchus hectori
- Golfinho de Risso, Grampus griseus
- Golfinho de Fraser, Lagenodelphis hosei
- Golfinho-de-faces-brancas do Atlântico, Lagenorhynchus acutus
- Golfinho obscuro, Lagenorhynchus obscurus
- Ampulheta golfinho, Lagenorhynchus cruciger
- Golfinho-do-Pacífico Branco, Lagenorhynchus obliquidens
- Golfinho de Peale, Lagenorhynchus australis
- Golfinho-de-bico-branco, Lagenorhynchus albirostris
- Golfinho Snubfin australiano, Orcaella heinsohni
- Golfinho Irrawaddy, Orcaella brevirostris
- Baleia-de-cabeça-de-melão, Peponocephala electra
- Baleia Assassina (Orca), orca Orcinus
- Baleia assassina pigmeu, Ferten attenuata
- Baleia Assassina Falsa, Pseudorca crassidens
- Baleia-piloto de nadadeiras longas, Globicephala melas
- Baleia-piloto de nadadeiras-curtas, Globicephala macrorhynchus
- Golfinho da Guiana, Sotalia guianensis
Golfinhos De Água Doce
- Boto (Rio Amazonas), Inia geoffrensis
- Golfinho-do-rio-chinês (Baiji), Lipotes vexillifer (considerado funcionalmente extinto)
- Golfinho do rio Ganges, Platanista gangetica gangetica
- Golfinho de La Plata (Franciscana), Pontoporia blainvillei
- Golfinho do Rio Indus, Platanista gangetica minor
Nova Espécie
- Golfinho de Burrunan, Tursiops australis
Espécies Mais Famosas No Brasil
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Boto-Cor-De-Rosa
Ele tem sido constantemente usado para a pesca e enfrenta também outras ameaças, como construção de barragens e usinas hidrelétricas. No Brasil, a ong WWF possui projetos para conservação da espécie. A espécie está com dados deficientes na lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN. Estima-se que aproximadamente 600 indivíduos sejam mortos a cada ano no Brasil para servir de isca para pesca. E isso já é preocupante mesmo sem contar o número de botos que são mortos pela poluição e construção de barragens e hidrelétricas.
O boto-cor-de-rosa é encontrado no norte da América do Sul, em praticamente todos os tipos de habitats de água doce. É o maior golfinho de água doce do mundo e pode chegar a cerca de 2,5 metros e pesar até 160Kg. A cor do corpo varia entre o rosado e acinzentado, por isso o nome da espécie. A cor varia de acordo com a idade e localização do animal, por exemplo, em águas turvas os botos são mais rosados.
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Toninha
A toninha é o golfinho mais ameaçado de extinção do Atlântico Sul. É uma espécie que ocorre apenas no Brasil, Argentina e Uruguai e é endêmica desta região. Estima-se que existam apenas cerca de 8 mil animais. A ong WWF no Brasil também possui projetos para a conservação desta espécie. A sua principal ameaça é a morte acidental em redes de pesca.
São consideradas como um ótimo bioindicador, ou seja, mostram a saúde do mar, pois são extremamente sensíveis a ambientes poluídos. Pode também ser conhecida como Franciscana. Não é uma espécie muito famosa, pois ela não possui o hábito de saltar fora da água fazendo estripulias, por isso infelizmente não chama a atenção de muitas pessoas para sua conservação. Além disso costumam ficar longe de embarcações e não andam em grupos grandes.
Podem medir até 1,8 metros de comprimento. Possuem coloração cinza, marrom ou amarelada. O peso corporal pode chegar em torno de 45Kg em indivíduos adultos. Possui baixa taxa reprodutiva. Fêmeas costumam serem maiores que os machos. Filhotes nascem com 8Kg em média.
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Tucuxi
O nome popular desta espécie é devido a localização em que se encontram os indivíduos aqui no Brasil. Tucuxi é a localização da população ribeirinha na Bacia Amazônica. São golfinhos que podem medir cerca de 1,50cm e pesar 55Kg.
Não é uma espécie ameaçada de extinção e estima-se que a população fique em torno de 1,1 golfinho por Km², entre Manaus e Tefé. Costumam habitar diversos tipos de ambientes de água doce e exibir diversos padrões de cores no corpo.
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Boto-Cinza
Um pequeno golfinho que possui cerca de 1,40 metros de comprimento. Por serem pequenos costumam se alimentar de organismos bentônicos e nectônicos, ou seja, pequenos peixes e crustáceos e outros invertebrados.
Esses golfinhos, no Brasil, costumam interagir com os humanos e são muito vistos no litoral do estado de São Paulo. Pode ser conhecido por diversos nomes, como boto, boto-preto ou boto-cinza. Possui coloração acinzentada e por isso o nome, mas pode ter traços rosados nas laterais do corpo.
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Golfinho-Nariz-De-Garrafa
Este é o mais famoso de todos os golfinhos. É ele que dá forma a personagens de animações e que representa a imagem de um golfinho no mundo todo. Isso acontece pois é uma espécie muito criada em cativeiro com objetivo não de conservação, mas sim para entretenimento turístico para as pessoas.
É uma espécie muito sociável e inteligente. Na natureza costuma viver em grupos de doze indivíduos. Conseguem nadar a uma velocidade de até 11Km/h e sobem à superfície para respirar a cada oito minutos. Vive em ambientes quentes e temperados. De todos do mundo, esta é a espécie que costuma passar mesos tempo dormindo.
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Golfinho-Rotador
O golfinho possui o nome científico Stenella longirostris e isso se deve ao seu focinho alongado. E seu nome popular se deve ao seu comportamento de saltar fora da água e realizar até sete rotações em torno do próprio eixo.
No Brasil é muito encontrado em Fernando de Noronha. Mais de 99,99% dos golfinhos da ilha são desta espécie. O golfinho rotador pode atingir os 2 metros de comprimento e pesar até 75Kg. Possuem um padrão de cores tricolor, cinza escuro na região dorsal, cinza claro nos flancos e branco nos ventres.
Esta é a terceira espécie mais abundante no mundo. É cosmopolita, vive em águas oceânicas tropicais. Distribuído nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. Não costuma viver próximo à costa continental e muito menos próximo a ambientes de água doce, como manguezais.
No Brasil, o Projeto Golfinho Rotador visa fornecer subsídios para a conservação da espécie e manejo adequado. Isto mesmo apesar de a espécie ser classificada na categoria de dados insuficientes pela ICMBio e MMA para mamíferos aquáticos no Brasil. O turismo náutico no Brasil tem sido uma ameaça aos golfinhos rotadores de Fernando de Noronha.
Fatos Curiosos Sobre Os Golfinhos
- Os golfinhos são muito úteis na medicina para tratar problemas comportamentais em crianças autistas ou com atrasos psicomotores. A prática ocorre em diversos locais do mundo, como na Espanha, Irlanda e Estados Unidos. Estas terapias já forma aprovadas, mas dizem respeito principalmente à interação entre golfinhos e seres humanos, não no uso do sonar. Ainda há uma controvérsia entre médicos, pesquisadores e biólogos a respeito do uso do sonar na medicina, se é algo favorável ou desfavorável à cura de cânceres e outras doenças.
- São animais muito inteligentes, isso é fato. Mas o que a ciência descobriu é que também costumam exibir cultura, coisa que acreditava-se ser restrita aos seres humanos.
- Os golfinhos possuem mais convoluções no neocórtex do que os seres humanos. Isto é, mais dobras na superfície externa do cérebro, área responsável por percepções, memórias e pensamentos. Além disso, são capazes de usar os hemisférios de seu cérebro separadamente. Ou seja, isso é um indicativo de que os golfinhos podem ser muito mais desenvolvidos do que nós. Mas a ciência ainda está longe de chegar a alguma confirmação a respeito do que exatamente este fato significa.
- O maior golfinho de todos é a orca. Os machos podem crescer até 9,8 metros e podem pesar até dez toneladas. Os filhotes nascem com aproximadamente dois metros e meio de comprimento.
- O golfinhos mais veloz de todos é o boto de Dall. Podem chegar a 56 Km/h.
- Um grupo de golfinhos é chamado de Vagem.
- Golfinhos podem usar ferramentas e ensinar os golfinhos jovens a utilizar. Um exemplo foi a observação de golfinhos usando e ensinando jovens a usar esponjas para proteger o focinho enquanto forrageavam.
- São altruístas. Costumam ajudar outros indivíduos que estão machucados, ajudando-os a subir até a superfície para respirar. Além disso já foi observado que os golfinhos ajudam outras espécies, incluindo seres humanos.
- São brincalhões. Costumam brigar e brincar entre si. Usam algas para brincar e também brincam com muitas outras espécies, como os cães.
- Golfinhos dormem descansando um lado do cérebro por vez. Isso acontece para que ele continue subindo à superfície para respirar enquanto descansa. Os olhos continuam abertos e atentos à predadores. Impressionante!
- A baleia assassina, também conhecida como Orca, é na realidade um golfinho e não uma baleia.
- A orca é conhecida como baleia assassina na verdade porque ela mata baleias, mas não costuma assassinar outras espécies a troco de nada.
- Os golfinhos costumam nadar ao lado de navios para economizar energia, pois acabam sendo levados junto à correnteza formada pelo movimento dos navios na água.
- Os golfinhos nariz-de-garrafa possuem apitos próprios que eles usam para se identificar, assim como os nomes próprios, nos humanos.
Conservação
A espécie mais conhecida de golfinhos (nariz-de-garrafa) não corre risco de extinção. Entretanto há muitas espécies de golfinhos que correm risco. As espécies consideradas vulneráveis ou quase ameaçadas incluem a Souza chinensis, Orcaella brevirostris, O. heinsohni e as espécies mais vulneráveis, consideradas ameaçadas em extinção são as Platanista gangetica, P. minor e o Souza teuszii que está criticamente ameaçado.
Durante muitos anos a principal ameaça à conservação das espécies de golfinhos era relacionada à caça por sua carne e gordura para a indústria alimentícia. Hoje em dia o perigo é principalmente relacionado à ser pego acidentalmente em redes de pesca, pois sobem regularmente para respirar e ficam presos em redes, assim acabam se afogando e morrendo.
Os golfinhos Maine sofrem com os efeitos das mudanças climáticas, que faz com que sua fonte primária de alimento passe para águas profundas e frias, e isso tem um efeito negativo para eles. Além disso as ondas de calor marinhas, resultado do aquecimento global, tem também efeitos negativos nas taxas reprodutivas e na capacidade de sobrevivência.
Os golfinhos de água doce, além de sofrerem com a caça e com o emaranhamento em redes de pesca, ainda sofrem ameaças por degradação do habitat, que vêm como resultado de construção de barragens e poluição direta e indireta de cursos de água doce.
O golfinho mais ameaçado de extinção do mundo é o Vaquita. É o menor boto do mundo. Vive apenas em águas costeiras mexicanas. Esta espécie está enfrentando uma ameaça grande à existência e existem cerca de 30 indivíduos. Isso devido à morte acidental em redes de pesca. A cada ano, mais Vaquitas morrem em redes de pesca do que filhotes nascem.
Outra espécie muito ameaçada é o Golfinho de Maui, que vive em águas costeiras na ilha do norte, na Nova Zelândia. Há menos de cinquenta indivíduos vivos e estão distribuídos em um trecho de apenas 22 milhas do litoral e, exatamente por isso, também são capturados em redes de pesca frequentemente.
Um outro efeito da ação humana sobre a conservação de golfinhos e outros cetáceos é a poluição por substâncias tóxicas, como os metais pesados e os agrotóxicos. No Brasil, a contaminação por esses produtos já foi constatada muitas vezes em espécies como o boto-cinza e a toninha. Além disso a poluição por plásticos e outros lixos que não se degradam rapidamente no meio ambiente são um grande problema para a saúde e sobrevivência desses animais e para muitos outros animais marinhos. Os plásticos, microplásticos e outros resíduos são confundidos com alimentos e os golfinhos acabam ingerindo sem querer.
OBS 1: No sul do Japão a caça aos golfinhos é permitida. Mas em muitos lugares a caça ocorre desenfreadamente todo ano, nos meses entre outubro e abril. Os caçadores emitem sons que confundem e desorientam os golfinhos, que acabam ficando presos em enseadas com águas rasas, encalhando. Isso acontece secretamente e é proibido. Esta carne é vendida em latas nos supermercados.
OBS 2: Existem diversas ONGs e outras organizações e associações que trabalham a favor da conservação de espécies de golfinhos distribuídas pelo mundo todo. Na internet você encontra informações de como pode ajudar com esses projetos, com doações ou ajudas voluntárias.