O pica pau é uma ave bastante conhecida pelos seres humanos, parte da sua notoriedade vem sobretudo do barulho característico que eles fazem quando estão bicando o tronco de algumas árvores, e de fato é um ruído tão singular que não é possível passar despercebido, o que permite isso é a anatomia destes animais, pois ela permite que eles façam movimentos de extrema força sem machucar o próprio corpo. Também podemos atribuir essa fama ao conhecido desenho animado Pica-Pau, que como o título evidencia é protagonizado por um personagem que é um pássaro desse grupo, a popularidade do programa fez essas aves se tornarem celebridades a nível mundial, contudo a imagem que a série nos passa é de um bichinho azulado, com o bico amarelo e partes da cabeça vermelha, porém na natureza encontramos uma diversidade infinita desses passarinhos, alguns irão sim corresponder às características apresentadas no desenho, já outros terão qualidades próprias que tornará cada espécie única.
Uma das espécies conhecidas de pica-paus, e que não possui a imagem clássica deles, é o pica-pau-chocolate. Neste artigo iremos conhecer mais sobre as particularidades deles e entender as curiosidades que faz eles se diferenciarem dos demais e serem animais tão únicos entre os pica-paus.
O Pica-Pau-Chocolate
– Nome
Assim como todos os seres vivos do planeta, o pica-pau chocolate possui um nome científico, ele é gerado a partir de 2 palavras, a primeira indica o gênero do ser, já a segundo costuma nomear alguma qualidade que ele possui, ambos os termos devem estar em latim. No caso dessa espécie a nomenclatura oficial é Celeus elegans, sendo que o primeiro nome nada mais é do que um gênero de pica pau que vive na América do Sul, o segundo termo significa elegância.
Por sua vez o nome por qual ele é popularmente conhecido indica 2 características da espécie, primeiramente o hábito de viver em plantações de cacau, mas também pode se referir às penas marrons de quais são donos.
– Características Físicas
No que diz respeito à altura, o pica-pau chocolate é um dos grandes dessas aves medindo em média 30 centímetro e pesam aproximadamente 170 gramas, em termos de comparação o maior pica-pau registrado no território brasileiro, chamado de pica-pau-rei, mede 36 centímetros e o seu peso é de 200 gramas. A plumagem deste bicho, como foi citado anteriormente, é amarronzada, o topete dele varia de acordo com a subespécie, alguns possuem um penacho amarelo, já em outros ele é marrom, o bico deles é bem claro em um tom que pode ser confundido com o branco, porém se aproxima mais de coloração creme. Já a cauda e as patas, por sua vez, apresentam um cor muito escura.
O dimorfismo sexual, que ocorre quando os animais de uma mesma espécie apresentam características físicas diferentes que vão além do órgão genital, é responsável por outra particularidade dessas aves, pois o homens apresentam uma pequena parte vermelha na cabeça, localizada perto do bico, já nas fêmeas essa faixa não existe.
– Habitat
Habitante da parte sul do continente americano, os pica-paus chocolate são encontrados especialmente na floresta amazônica, portanto além de residirem no norte e centro-oeste do Brasil, eles também são achados em países vizinhos, como por exemplo a Colômbia, a Venezuela, a Bolívia, o Equador e as Guianas. Como foi dito anteriormente, quando se encontram nessas localidades o lugar preferido dessas aves são as plantações de cacau, mas também podem morar em florestas e manguezais, comumente gostam de viver perto da água.
– Alimentação
Enquanto a dieta dos outros tipos de pica-pau pode incluir seiva de árvores, ovos de outros pássaros e pequenos animais, os alimentos primordiais do pica-pau chocolate contém frutas, insetos e larvas. Para conseguir estas comidas é comum que as aves dessa espécie ataque cupinzeiros que forem construídos em árvores, utilizam do bico como principal ferramenta para conseguir o que quer.
– Reprodução
Assim como todas as aves os pica-paus chocolates também são ovíparos, isso significa que estágio inicial da vida desses animais começa dentro de um ovo e não no interior do corpo da mão. A reprodução deles é sexuada e alguns dias após a fecundação, as fêmeas destes pássaros depositam seus ovos em um ninho, construído nos troncos das árvores e das palmeiras, geralmente põe de 2 a 4 ovos com coloração esbranquiçada.
Subespécies
Diversas espécies de animais, independente de qual seja, apresentam diversas subespécies, isso significa que muitos deles apresentam algumas características diferentes dos demais, mas que ainda não se desenvolveram completamente para serem considerados uma espécie própria, apesar de estarem próximos disso. Cada subespécie recebe um nome científico próprio, ele nada mais é do que uma extensão da nomenclatura já existente, pois além dos 2 primeiros ele também adquire um terceiro nome, que indica outro fator sobre o animal, em razão disso as subespécies recebem uma nomenclatura trinomial.
Da mesma forma que os outros animais tem, os pica-paus amarelos também dispõe de subespécies, elas são 6 no total e foram descobertas ao longos dos últimos séculos por biólogos especialistas em aves, mais conhecidos como ornitólogos, todas as subespécies são habitantes da América do Sul e apresentam quase todas as características em comum entre si, com exceção de poucos atributos físicos. Conheça todas elas agora.
– Celeus elegans elegans: Categorizada em 1776 pelo zoologo alemão Philipp Ludwig Statius Muller, essa subespécie é encontrada principalmente na Guiana Francesa e nas regiões próximas a ela, como é o caso do Suriname e do norte brasileiro. Se destaca dos demais por possuir uma crista castanho-avermelhado.
– Celeus elegans jumanus: O também zoologo alemão Johann Baptist von Spix catalogou outra subespécie, registrada em 1824, estes animais estão presentes em 4 países da América do Sul, são eles: Bolívia, Brasil, Colômbia e Venezuela.
– Celeus elegans citreopygius: No ano de 1867 a terceira subespécie de pica-pau chocolate foi catalogada pelos ingleses Philip Lutley Sclater e Osbert Salvin. Eles são encontrados no lado leste do Peru e do Equador, ambas regiões que têm mais contato com a amazônia do que o restante do país.
– Celeus elegans leotaudi: Foi registrado no início do século XX, mais especificamente em 1906, mais uma subespécie dos pica-paus chocolate, o responsável por esse feito foi Hellmayr. Estes animais estão presentes na ilha de Trindade, no país caribenho de Trindade e Tobago. Eles são os mais diferentes do resto da espécie, pois possuem uma estatura menor, além de uma coloração mais clara e brilhante que os demais, isso ocorre porque seu desenvolvimento se deu em uma ilha, enquanto dos outros tipos ocorreu no continente.
– Celeus elegans hellmayri: O alemão Hans Hermann Carl Ludwig von Berlepsch foi quem conseguiu catalogar, em 1908, essa subespécie. Ela vive no leste da Venezuela e em países próximos, como é o caso da Guiana e do Suriname.
– Celeus elegans deltanus: Já no início da segunda metade do século, o ornitólogo norte-americano William Henry Phelp acompanhado de seu filho William Henry Phelps Jr, que também possuía a mesma profissão, consegui catalogar mais uma subespécie do pica-pau chocolate. O Celeus elegans deltanus foi registrado em 1950 como uma ave que mora no nordeste da Venezuela.
Saiba Algumas Curiosidades Sobre o Pica-Pau Chocolate
– São considerados pássaros solitários pois preferem viver em grupos menores, com no máximo 5 aves, ou até mesmo com apenas mais uma parceria.
– Não necessariamente vive com apenas os da mesma espécie, pois também pode coabitar pacificamente com outros tipos de aves, por essa razão não é incomum visualizá-lo em grupos mistos.
– O som que eles produzem pode ser bastante melodioso, porém também é alto e barulhento, sendo comum um ruído similar ao do tambor.
– Atualmente o seu estado de conservação é bem pouco preocupante, sendo que a própria União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) afirma que pelas condições atuais ele não tem perigo de ser extinto.
– A plumagem deles é melânica, isso significa que o nível de melanina nelas é maior e isso faz com que as penas sejam mais escura, tal como ocorre nos seres humanos.