O Pica-Pau-de-Cara-Canela tem como nome científico Celeus galeatus e se destaca na natureza por um avantajado topete vermelho. Pode ser encontrado no Brasil (nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo), Argentina e Paraguai. Pertence a família Picidae e a ordem Piciformes. Trata-se de uma espécie em risco de extinção. Continue lendo para saber mais sobre esse pica-pau.
Curiosidades Sobre o Pica-Pau-de-Cara-Canela
Muito semelhante ao pica-pau famoso do desenho animado, o Pica-Pau-de-Cara-Canela, conta com um topete cheio de estilo e algumas curiosidades interessantes, continue lendo para ficar a par de todas elas.
– Desvendando o Nome Científico
A primeira parte do seu nome científico vem do grego keleus que significa pica-pau verde. A segunda palavra vem do latim e significa ‘com capacete’. Sendo assim o nome científico dessa ave a descreve como um pica-pau com capacete.
– Primeira Descrição da Espécie
Em 1822 Coenraad Jacob Temminck, naturalista holandês, descreveu a espécie pela primeira vez.
– Risco de Extinção
Atualmente, ela está na Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza (UCN de acordo com a sigla em inglês). Apesar de ser encontrado numa área relativamente ampla é um espécime pouco comum. Um dos fatores mais relevantes para que a espécie chegasse a esse status na lista da UCN é o desmatamento do seu habitat.
– Visual do Pica-Pau-de-Cara-Canela
Essa ave mede em média 29 centímetros de comprimento e apresenta cabeça e um grande topete vermelhos. O nome popular se deve ao fato de que seu pescoço e seu rosto tem uma coloração creme que lembra a tonalidade de canela.
A região auricular dessa ave é vermiculada e no macho existe uma faixa malar vermelha. O dorso anterior é negro e o dorso inferior é creme, a cor se estende até as supracaudais. As asas e a cauda são negras.
– Disfarce
O Pica-Pau-de-Cara-Canela tem um tipo de disfarce para se proteger dos predadores, o seu topete e costas vermelhas permite que ele se passe por espécies de pica-pau maiores, o pica-pau revestido (Dryocopus lineatus) e o pica-pau robusto (Campephilus robustus). Com essa imitação ele consegue escapar de potenciais predadores.
– Espécie Monotípica
Isso significa que não são reconhecidas subespécies.
– Base Alimentar
A base alimentar dessa ave é composta por insetos que são capturados dentro de árvores. Para conseguir acessar os insetos e larvas dentro das árvores o pica-pau conta com um poderoso bico, ele é capaz de dar mais de 100 bicadas por minuto. Quando consegue furar a madeira introduzem a sua língua pegajosa, devido a ação de glândulas salivares, não dando chances para que o almoço fuja.
– Anatomia Adaptada
Os pica-paus são aves cujo corpo é adaptado para que consigam se encaixar perfeitamente nas árvores para então bica-las. Suas pernas curtas assim como os seus pés se fixam com perfeição nos troncos. Possui o dedo externo com capacidade de se deslocar lateralmente facilitando ainda mais o seu deslocamento.
A adaptação anatômica mais importante do corpo dos pica-paus com certeza é aquela que protege o seu crânio durante o processo de bicar a madeira. Há diferenças de comprimento entre a parte de cima e a de baixo do bico da ave assim como existem estruturas esponjosas que protegem seu crânio do impacto.
Quase não há espaço entre o cérebro e o crânio do pica-pau de maneira que ele não se move enquanto a ave dá as suas bicadas. O ser humano, por exemplo, tem um espaço considerável entre o cérebro e a caixa craniana tornando-o mais suscetível a impactos. Para se ter uma ideia a cabeça do pica-pau se move cerca de 6 metros por segundo.
– Comunicação Entre Pica-Paus
O ato de bicar a árvore tem outras funções além de ajudar a ter acesso ao alimento, serve para demarcar o território e também como uma forma de comunicação entre fêmea e macho.
– Canto Territorial
Toda espécie de pica-pau possui um canto territorial e também produz a sua própria música instrumental através do constante bater na madeira da árvore, essa ave pode dar entre 30 e 40 batidas por minuto.
– Reprodução do Pica-Pau-de-Cara-Canela
Ainda não foram devidamente estudados os hábitos reprodutivos do Pica-Pau-de-Cara-Canela. O que se sabe é que a espécie constrói o seu ninho em cavidades. Na Argentina, em 2011, foi observado um casal dessa espécie de pica-pau entrando e saindo de uma cavidade a cerca de 2 metros de altura numa borda de floresta primária. Foram encontrados dois ninhos no fim de 2010 no Parque Intervales, eles estavam a 4,4 e 5 metros em relação ao solo.
– Habitats
Essa espécie de pica-pau pode ser encontrada em três tipos de florestas da Mata Atlântica Meridional: Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Densa e Floresta Estacional Semidecidual. Foram encontrados espécimes desse pica-pau também em florestas primárias do Paraguai e Argentina.
Também já foram avistados em plantações de árvores como araucárias e pinheiros assim como em jardins grandes compostos de árvores nativas. Essas aves precisam de cavidades para passar a noite em segurança. Já foi registrado um caso em que um casal dessa espécie dividiu a cavidade com um casal de periquitão-maracanã que nidificava no mesmo local.
– Distribuição Geográfica do Pica-Pau-de-Cara-Canela
Trata-se de uma espécie endêmica da Mata Atlântica, pode ser encontrada no nordeste da Argentina, no sudoeste do Paraguai e no Brasil. Em nosso país esse pica-pau pode ser avistado no oeste de Santa Catarina, no sul de São Paulo, no sudoeste do Paraná e no noroeste do Rio Grande do Sul. Há a confirmação da existência de uma população dessa ave no Parque Nacional Iguazú. A área com maior concentração dessa ave é Misiones, na Argentina.
– Pica-Pau: O Desenho
O personagem Pica-Pau (Woody Woodpecker em inglês) foi criado em 1940 por Walter Lantz que teve aguentar o barulho de um pica-pau durante a sua lua de mel. O incômodo que a ave causou para ele e sua esposa acabou se tornando um dos personagens mais famosos dos desenhos animados. Inicialmente ele era um coadjuvante, mas acabou se tornando querido pelas crianças e ganhou seu próprio show. Hoje em dia é difícil encontrar alguém que não conheça o Pica-Pau, não é mesmo?
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