O estudo da psicologia e comportamento animal tem a sua base nos experimentos de um pesquisador chamado Edward Thorndike. As teorias desenvolvidas por Thorndike começaram a partir de um conjunto de caixas quebra-cabeça criados quando ele jovem com o objetivo de observar a forma como os animais aprendiam a como fugir do confinamento.
Caixa De Thorndike – O Experimento Da Inteligência Animal
Uma das caixas de Thorndike que se tornou mais famosa foi aquela de madeira com travas e alavancas que quando acionadas abriam a porta e deixavam o gato que estava preso escapar. O pesquisador realizou essa experiência com vários animais, mas o gato se tornou o mais famoso.
O gato quando colocado nessa caixa ficava muito impaciente e começava a demonstrar o impulso de escapar. Depois de se debater e arranhar a caixa de todas as formas possíveis ele acabava, geralmente uns 10 minutos depois, puxando por acidente o fio correto e saindo. A espera do gato sempre estava um prato de comida a sua espera.
A partir dessa experiência Thorndike percebeu que os animais se esqueciam das tentativas que eram mal-sucedidas, mas lembravam-se daquelas situações em que as coisas haviam dado certo. Dessa forma ele concluiu que o gato aprendia diante das recompensas que lhe eram dadas quando ele puxava o fio certo para sair da caixa.
O gato que já havia passado pela experiência quando era recolocado na caixa já puxava diretamente o fio certo para sair. Sendo assim o gato não pensava previamente em como sair da caixa, mas se lembrava do que tinha feito quando conseguiu sair numa segunda experiência. A lembrança das ações que resultaram em algo positivo e o esquecimento do que não deu certo foi nomeado por Thorndike como a “Lei do Efeito”.
A Lei Do Efeito
A Lei do Efeito de Thorndike foi aperfeiçoada anos mais tarde pelo psicólogo americano Skinner que estudou com mais detalhes o impacto da frequência de reforços e das punições para o mal comportamento. Para prosseguir com a elaboração dessas teorias Skinner criou a sua própria caixa.
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A Caixa De Skinner e o Comportamento Condicionado
A Caixa de Skinner, como foi batizada, era diferente da de Thorndike, pois tinha como objetivo observar de que maneira o animal aprendia a associar estímulos com a atitude que havia tomado. Essa caixa era pequena, tinha o tamanho suficiente para abrigar o animal, e contava com um vidro transparente na frente, uma barra posicionada no lado direito e um espaço para a comida. Tinha ainda uma luz e um alto-falante, além disso, era possível emitir alguns pequenos choques elétricos.
Em geral os animais usados por Skinner eram ratos e pombos, os animais tinham os seus comportamentos dos primeiros dez minutos anotados para que fosse possível saber o que os animais faziam instintivamente. Através disso, Skinner condicionava um comportamento para ser repetido. Se o comportamento fosse tocar a barra lateral assim que o animal o fizesse teria comida liberada como recompensa.
O que Skinner concluiu é que um comportamento que antes repetido cerca de duas a três vezes normalmente com os estímulos poderia chegar a ser repetido até 80 vezes no mesmo espaço de tempo.
O Dicionário Comportamental De Skinner
Para evitar que ficasse confuso para as pessoas leigas compreender os novos conhecimentos a respeito de psicologia e comportamento animal Skinner desenvolveu o seu próprio dicionário. Confira a seguir alguns desses termos explicados.
Reforçador do Comportamento – Trata-se de um estímulo que quando dado após um determinado comportamento faz com que a frequência do comportamento aumente. Em linhas gerais a água e a comida podem ser considerados como reforçadores primários, porém, somente funcionam se o animal estiver com fome ou sede.
Reforço Positivo – O estímulo que quando é dado depois de um determinado comportamento aumenta a sua possibilidade de acontecer.
Reforço Negativo – Um estímulo que depois que é removido aumenta a frequência de um comportamento X. Um exemplo disso é o choque que Skinner usava em sua caixa, todas as vezes que soava uma campanhainha o animal levava um choque, assim quando ouvia o som o animal tentava escapar. Num determinado momento o animal toca a barra lateral e o choque não é mais dado, assim ele compreende que toda vez que tocar na barra não receberá choque.
Estímulo Aversivo – Trata-se de um tipo de estímulo que causa dor ou qualquer outro tipo de sofrimento.
Punição – Um estímulo aversivo que tem a função de cessar com um determinado comportamento. Não é recomendado como um método educativo porque compromete a relação entre o punidor e o punido.
Privação – Um reforçador de comportamento apenas terá esse papel se o animal tiver necessidade dele. Quando o animal acabou de comer não tem a necessidade da comida. Sendo assim a privação é deixar o animal privado de algo que será usado como um reforçador de comportamento.
Motivação – Trata-se de estimular o animal através de algo que lhe dê prazer ou que lhe evite o sofrimento.
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Comportamento Operante
Para Skinner a conclusão foi de que o que mantém um determinado comportamento do animal são as consequências que o mesmo propicia. Quando um comportamento é recompensado com algo que oferece prazer para o animal ele logo compreende que fez algo certo que deve repetir sempre na mesma situação.
O termo usado por Skinner foi “comportamento operante” e consiste em recompensar bons comportamentos e punir maus comportamentos. Na prática para adestrar um cão ou um gato o dono deve estabelecer um reforçador de comportamento, ou seja, oferecer algo bom ou privar o animal de algo.
Postura Corporal
Para que o seu animal compreenda que fez algo certo ou errado é importante demonstrar por meio de expressão corporal, ou seja, demonstrar que está aborrecido quando ele faz algo errado adotando um tom de voz bravo e uma postura mais dura. No caso de o animal fazer o correto adote uma postura corporal mais dócil e um tom de voz mais amigável.
Usar biscoitos e guloseimas em geral para os animais pode ser uma boa alternativa no momento de educar. Bater, gritar e xingar o animal não lhe dará bons resultados uma vez que mina a sua relação com o seu amigo bicho, certamente não é isso o que você quer, não é mesmo?