Uma das grandes polêmicas que surgiram nos últimos anos foi o uso de animais em testes laboratoriais, especialmente quando são os cães os animais envolvidos na situação. O mais grave deles, ocorrido no Brasil, que mobilizou centenas de pessoas através das Redes Sociais, aconteceu no interior de São Paulo, onde o Instituto Royal foi invadido por militantes pró-animais para fazer o resgate de dezenas de Beagles que eram submetidos a testes para produtos de beleza.
A atitude dos ativistas provocou uma tremenda comoção pública e ao mesmo tempo um debate se instalou na sociedade, especialmente no tocante a haver ou não necessidade de se usar animais para se fazer testes clínicos. Então, aí segue a pergunta: testes em animais são necessários?
Testes em Animais são Necessários?
Quase sempre, as indústrias cosmética e farmacêutica surgem à mídia quando o assunto de testes em animais é levantado, pois são essas duas industrias que mais utilização essa forma de teste. Porém, o que muitos não sabem é que não são apenas elas que realizam esses testes.
A quem não sabe inclusive a indústria alimentícia, tanto na alimentação humana quanto animal, faz experimentos em animais usando conservantes, ingredientes e aditivos antes de lançarem os mesmos no mercado. Se formos analisar bem, quase tudo o que consumimos no passado, seja ele distante ou não, esteve de alguma maneira ligado a testes feitos em animais.
Um exemplo bastante simples disso é a simples compra de tomates no mercado ou na feira. Podemos até achar que, por termos uma vida mais saudável, estamos colaborando para eliminar de vez os experimentos. Mas, os agrotóxicos utilizados para proteger a plantação de tomates já foram testados em animais. Além disso, diversas variações de sementes, frutas e grãos, dentre outros produtos alimentícios que passaram por modificações genéticas são primeiro oferecidas aos animais.
Para saber mais sobre o assunto de testes em alimentos em animais, o melhor site é o PubMed, um banco que possui diversos artigos científicos, lá busque por mice ou tomato e observe os artigos que já foram publicado sobre o assunto. Muitos dos estudos que foram feitos usaram animais em seu resultado final.
A Necessidade
O que não conseguimos entender, talvez por estarmos do lado de fora da história é que os cientistas não executam os testes em animais apenas por gosto, verdadeiramente é bastante difícil encontrar um pesquisador que se sinta a vontade realizando experimentos em animais, ainda que sejam apenas ratos ou peixes. De uma forma ou outra nós estamos afetivamente ligados aos animais e o sofrimento deles causa sofrimento em nós também.
Em muitos casos o teste em animais é necessário, pois sempre que uma nova substância é criada, ninguém sabe ao certo como ela agirá no organismo, por isso, são feitos primeiramente os testes em animais, depois são levados aos humanos.
Outro problema que causa desconforto aos cientistas é o desenvolvimento de medicamentos e possíveis tratamentos para aquelas doenças com maior teor de complexidade, como o Alzheimer e o câncer, que infelizmente não podem ser feitas diretamente in vitro, nesses casos a simulação de possíveis processos biológicos somente pode ser efetuada dentro de um organismo vivo, e jamais fora.
Ocorre que, se viável ou não viável, os cientistas estão submetidos às leis dos países nos quais efetuam suas experiências. Com isso se é ético ou não há sempre discussões, porém, todos os laboratórios se apoiam na legalidade dos experimentos, para que consigam chegar a um efeito positivo.
A Legalidade dos Experimentos
Como já dissemos, os cientistas precisam seguir a legislação dos países em que estão instalados, desde as federais, estaduais ou municipais. Muitos países possuem regulamentações que obrigam os cientistas, em diversas situações, a realizar os testes dos produtos em animais antes de chegar até os experimentos clínicos, o teste em humanos.
No Brasil, a Constituição Federal, em sua lei 11.794 permite que sejam utilizados animais do tipo Chordata e subfilo Vertebrata para estudos científicos quando os mesmos forem usados para a fabricação de medicamentos e não houver métodos alternativos em uso.
Essa mesma lei diz que os institutos de pesquisa biomédica, médica ou farmacêutica utilizem sedativos sempre que os estudos venham a causar dores nos animais. Em caso onde seja fundamental a morte do animal, a lei menciona que a ação deve ser executada de forma humanitária, para que o animal tenha o mínimo de sofrimento mental ou físico.
Quando essa lei não é cumprida, o laboratório pode acarretar em multas, advertências, e ainda a interdição do lugar. Além disso, os infratores podem sofrer penalidade de detenção de três meses a um ano, cumulada ou não com multas.
Muitos entendem que a fiscalização dessas leis deve ser feita através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, porém, para isso foi criado o CONCEA, Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal.
Restrições Ligadas à Indústria da Beleza
Um ponto bastante controvertido da conversa é a utilização de animais pela indústria de cosméticos. Muitos acreditam que o uso de animais nesse tipo de experimento e para essa finalidade é horrível, já que somente se baseia na futilidade e não na saúde. Ocorre, que mesmo que seja cosmético, o uso dos mesmos, quando não adequados aos humanos podem acarretar inúmeros problemas.
O problema vai além das irritações da pele e das alergias, um determinado cosmético quando não testado pode vir com substâncias problemáticas e causar inúmeras doenças, inclusive a má formação fetal, quando usado por gestantes. Acontece que os experimentos nessa área podem ser simulados invitro, sem que haja o comprometimento de sua eficiência.
Um dos casos mais importantes nessa vertente ocorreu, quando a União Europeia, através de noticia exibida pela BBC, eliminou a venda de novos cosméticos que tenham sido desenvolvidos a partir de experimentos realizados em animais. Desde o ano de 2009 os 27 países que integram a União Europeia vetaram tal prática. Além disso, a mesma Comissão da investiu aproximadamente 238 milhões de euros entre os anos de 2007 e 2011 para que fossem desenvolvidas alternativas para a experimentação de produtos em animais.
É importante que sejam os pesados os prós e contras da ação e que vise realmente aquilo que há de mais importante, a vida.
Os experimentos com animais têm alarmado toda a sociedade, pois apesar de haverem reduzido o número de animais, ainda há diversos nas mãos de cientistas, que utilizam o processo de vivificação nos bichos. Nele, os pequenos são cortados ainda vivos para se saber como algumas substâncias agem no organismo, uma verdadeira crueldade.
Os animais mais usados nos experimentos eram coelhos, cachorros, pássaros, peixes e a macacos, atualmente, em razão da pressão popular, 75% dos animais utilizados nas pesquisas científicas são animais e sangue frio e roedores.
As Instituições que pressionam os cientistas quanto ao uso de animais em experimentos se dividem entre aquelas que aceitam que sejam usados, desde que os métodos empregados não sejam cruéis e que não sofram dores, até aquelas que veem nisso uma maldade, seja qualquer uma das formas de tratamento empregadas aos animais.
As cobaias são usadas para diversos experimentos, como: Pesquisa Biomédica, Engenharia Genética, Testes de Produtos, Educação e Treinamento.