Descrição, Características e Distribuição Geográfica
Esta ave é chamada cientificamente como Alipiopsitta xanthops, e seu significado é Papagaio de Alípio de cara amarela. Pertence a família Psittacidae e pode ser identificada com outros nomes comuns como papagaio goiaba, papagaio curraleiro, papagaio de barriga amarela ou como papagaio curau. Está no mesmo grupo das araras, periquitos, maritacas e papagaios, claro, e no Brasil, existem cerca de 80 espécies diversificadas.
O papagaio-galego têm uma ampla distribuição no território brasileiro, é endêmico da região de cerrado, porém não têm origem fundada no Brasil. Ela habita áreas como já dito de cerrado, caatinga, buritizais, cerradão e matas de galeria. Pode-se perceber sua presença em vários estados do país e países vizinhos, podemos destacar sua presença nos estados de São Paulo – mais ao norte -, na região centro-oeste compreende os estados de Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul e Tocantins e Piauí e Maranhão (mais ao sul destes estados). Esta ave incide também em localidades da Bolívia.
Tal espécie, em comprimento, pode variar de 23 a 28 centímetros, podem pesar de 200 a 350 gramas, e detêm 4 dedos, sendo dois para a frente e dois para trás. Possui uma plumagem em tons contratantes, seu corpo é marcado por tons de verde, com algumas manchas avermelhadas em suas penas traseiras.Sua cabeça é amarelada, e sua barriga conta penas em tom mais claro de verde, seu bico é bem encurvado e curto, é também amarelo com manchas acinzentadas.
Existem algumas variações quanto a cor de plumagem, principalmente na barriga. No Pantanal é mais frequente aves com o corpo esverdeado, a porção do rosto e alto da cabeça são bem amareladas e a barriga e as penas que contemplam os pés são avermelhados. Mas tanto no cerrado como no próprio pantanal, existem variações em tonalidades dessa espécie.
Alguns especialistas acreditam que estas variações de cores estão ligadas ao sexo dos animais, os de sexo masculino seriam mais coloridos, enquanto outros especialistas e pesquisadores acreditam em outra linha, a ligada a idade que correlaciona a variação de cores. De acordo com o avanço da idade, mais tons amarelos tendem a evidenciar.
Alimentação e Reprodução
Sua dieta é baseada em elementos vegetais como frutas, flores, folhas, sementes, coquinhos, casca de árvores e até mesmo barro. Dentre as espécies que são consumidas por essas aves são Pterodon emarginatus, Qualea parviflora, Caryocar brasiliense, Eriotheca pubescens, Leucaena leucocephala e Mimosa claussenii. Sua importância ecológica é na dispersão de sementes em seu território.
Quando em cativeiro, o papagaio-galego apresenta penoso trabalho para a reprodução. São monogâmicas, e a fêmea pões ovos por cerca de 28 a 30 dias, colocando em média de 2 a 4 ovos. Quando nascem, os filhotes são cuidados por ambos pássaros adultos, e quando á sua prole, nascem totalmente sem pelos e ainda cegos.
São animais muito sociáveis, mas no período que compreende a reprodução, eles costumam se separar do resto do grupo e saem em busca de algum oco, para que assim pode ser realizado a reprodução.
Hábitos e Comportamento do Papagaio-galego
É um animal, se comparado com outros papagaios, pode ser classificado como bastante tímido e não possui facilidade na fala. Quando se sente ameaçado com qualquer novo indivíduo, pode se mostrar muito arisco. Possui facilidade para voar, como também para pousar em locais de árduo acesso.
Gostam de construir seu ninho nos buracos que existem nos troncos do topo da árvores como a palmeira, e pode vir a utilizar também cupinzeiros.
São aves muito sociáveis e vivem em bandos pelo ano todo, podem ser visto em bandos de até 10 papagaios. Os sons que emitem se assemelham e muito a maritacas, do que com sons de papagaio.
Riscos
Esta espécie, atualmente corre sérios riscos de extinção, seu nome já consta na lista de aves em grave ameaça de extinção no Brasil. Apesar do papagaio-galego não ser como outras espécies que falam muito, ainda são alvos de contrabando e comércio ilegal, já que possuem cores e penas esbeltas e bonitas. Mas seu verdadeiro risco é quanto ao seu habitat principal. O cerrado que vem sendo degradado aos poucos, principalmente em por questões econômicas, pela amplificação de terrenos para utilização em pastagens e para a monocultura que expande, muitas vezes de forma ilegal. Os locais que vem sendo devastados, atinge diretamente a ave, são os cerrados, planaltos e as margens do pantanal.
Tal espécie já foi registrado em alguns parque nacionais e estaduais como o de Brasília (DF), da Chapada dos Veadeiros e das Emas (GO), da Chapada dos Guimarães (MT), Serra Geral do Tocantins (TO), Serra de Sonora e Nascentes do Rio Taquari (MS), Araguaia, Caldas Novas, Lajeado e Jalapão (TO), Terra Ronca e Pireneus (GO), RPPNs Serra do Roncador (GO), no parques estaduais do Araguaia (MT), Cantão, Serra de Jaraguá, do Araguaia (TO), Nascentes do Rio Parnaíba (PI), Grande Sertão-Veredas (MG/BA), na estação ecológicas da Serra das Araras (MT) e SESC-Pantanal (MT).