Não se deixe enganar pelo nome caracoleiro, que naturalmente nos remete ao caracol, mas não tem nada a ver. Gavião caracoleiro é mesmo uma ave que pertence a família Accipitridae e por isso é classificada como uma ave accipitriforme.
Outro nome popular que recebe essa ave é de gavião-bico-de-gancho. Falando em nome, sobre aquele científico, vem do grego, “grosseiro e bruto” – khondros – falcão; mais o latim uncus, uncinatus, que significa gancho, daí o nome falcão bruto com ganho.
Principais Características do Gavião Caracoleiro
O tamanho médio do gavião caracoleiro é entre 39 e 51 centímetros e o seu peso varia, em gramas, entre 215 e 277 quando são machos e as fêmeas são mais pesadas, variando entre 235 e 360 gramas.
Aliás, o tamanho do macho também é inferior aquele da fêmea, representando somente 89%, em média do tamanho.
O gavião caracoleiro é uma ave curiosa rapineira e possui indóle polimórfica e fleumática. Falando um pouco do seu “visual”, tem uma plumagem que varia muito de cor, podendo ser mais clara e mais escura. Quando é clara é possível encontrar pontos em que a plumagem tem uma pequena área mais escura.
Porém, o que realmente impressiona diante de um gavião caracoleiro é o tamanho do seu bico, que nem sempre é grande, mas quando é chama a atenção. O bico é bimodal, isto é, pode ser pequeno ou pode ser grande sem que o sexo conte muito para um lado ou outro. O que faz o bico de um gavião caracoleiro ser de um jeito ou de outro é a dieta que ele se vê obrigado a ter em relação a população que pertence.
Para os estudiosos, esse dimorfismo que é possível observar no bico dos gaviões caracoleiros é uma “solução evolutiva”, para atender a sua necessidade de conseguir ingerir o seu principal alimento, os caracóis. Aliás, é da sua alimentação que sai o seu “segundo nome”, caracoleiro.
Tendo essa distribuição bimodal com bicos que variam de tamanho, o gavião caracoleiro consegue comer os mais caracóis dos mais variados tamanhos.
Falando em distribuição, essa pode ser observada de forma ampla nas flores e nas áreas de pântano.
Subespécies do Gavião Caracoleiro
É possível encontrar os gaviões caracoleiros divididos em duas subespécies, que são elas:
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Chondrohiera x uncinatus e Chondrohiera x uncinatus mirus
A primeira pode ser encontrada no Brasil, no sul dos Estados Unidos e na parte oeste do México e norte da Argentina. A segunda por sua vez é mais rara, podendo ser vista somente no Caribe, mas não em qualquer lugar e sim, somente na Ilha de Granada.
Gavião Caracoleiro Com Plumagem Melânica
Alguns gaviões caracoleiros podem ser observados com plumagem de coloração mais escura, isto porque eles sofrem com o aumento da produção de melanina, o que é chamado de melanismo. As aves com essa característica estão sempre associadas a outras que possuam o mesmo “detalhe”, isto é, que são melânicas. Ressaltando que não é verdade que o melanismo faça com que as aves sofram com albinismo. Não se tratam de doenças que possam ser associadas.
Existe um caso a se observar que são os dos rapinantes, por exemplo, que recebem o nome de morfo escuro ou fase escura quando são animais que sofrem com o melanismo. O termo é uma tradução literal do inglês “dark morph”.
Se trata de uma mudança que a ave sofre porque está estabelecida no seu DNA e não por acaso. Porém, a cada ninhada é comum que tenham filhotes melânicos e não-melânicos.
Os chamados rapinantes morfo escuro ficam com aquela cor por toda a vida, o que faz com que elas tenham dificuldades na hora de identificar aves que pertencem ao seu mesmo grupo. Pois eles não possuem a cor “original”, enquanto elas sim, e pode existir uma confusão de espécies.
A Alimentação do Gavião Caracoleiro
A alimentação do gavião caracoleiro até que pode ser considerada variada, não muito, mas entre os seus pratos preferidos estão: lagartixas, aranhas, insetos em geral e anfíbios arborícolas. Para encontrar o alimento, a ave vai pulando de galho em galho ou fica observando de um poleiro fixo esperando a hora de atacar. Porém, a alimentação varia dentro da espécie e na maioria dos casos, o que um gavião caracoleiro gosta mesmo de comer são caramujos dos que ficam nas árvores, os aquáticos e os terrestres.
Para conseguir retirar o molusco, a ave faz uma perfuração no contro de espirais na parte de dentro da concha com a ajuda do bico fino. Em alguns casos, eles comem todo o caramujo inteiro e sem estragar a concha.
Reprodução e Hábitos do Gavião Caracoleiro
Na hora de construir o ninho essa ave não é tão esperta, pois utiliza gravetos frágeis, não faz nada muito protegido como outras espécies. Normalmente, a distância do ninho do solo é entre 5 e 10 metros de altura. Já a quantidade de ovos que uma fêmea de gavião caracoleiro bota não passa de 2, muitas vezes coloca mesmo um único.
A vida do gavião caracoleiro se divide entre beiras de brejos e na floresta, são seus dois ambientes preferidos. Na maior parte do tempo está pousado em um lugar fixo, cuja a altura do solo é média. É um bom modo para ficar de olho na sua próxima presa.
Não voa muito alto e pode ser observado quando está circulando e na hora de encontrar abrigo vai para dentro de florestas densas, preferindo aquelas com baixas altitudes. É muito solitário, é bem comum encontrar essa ave sozinha ou em algumas vezes em par, mas em grupo, jamais.
O gavião caracoleiro é considerada uma ave localmente migratória e para tal se junta em bandos que fazem grupos de 20 a 30 aves no máximo. Mas, isso só no caso de se dirigir de um lugar para o outro, caso o contrário, é mais fácil ver um gavião caracoleiro com a companhia de mais um e pronto.
Uma curiosidade: na cidade de Pirajuí no estado de São Paulo um grupo de gaviões caracoleiros foram visto “morando” bem perto da zona urbana. O que leva a crer que eles encontraram uma grande quantidade de caramujos naquela região ou que com o passar do tempo, essa ave, que gosta tanto de ficar no meio da floresta densa, esteja começando a se adaptar a um ambiente diferente, aquele urbano.
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O Gavião Caracoleiro é uma ave de médio porte, medindo aproximadamente 42 centímetros de altura. Podem ser encontrados em praticamente todo o território brasileiro, com excessão de algumas parte do sul.
Eles se alimentam de lagartos, anfíbios e répteis. Podem ser encontrados em brejos e também em florestas, sozinhos ou então em pares. Confira as imagens.