Visão Geral das Rolinhas
A rolinha é uma das primeiras espécies de aves brasileiras a se adaptar ao meio urbano. Se trata de um pássaro muito simpático, da família Columbidae, e subfamília Columbinae (que é a subfamília dos pombos). As rolinhas são registradas com estes nomes no Brasil, mesmo pertencendo a diferentes espécies e gêneros. No caso específico dos gêneros, Columbina e Uropelia, são popularmente chamados de rolinha.
A rolinha é uma ave nativa, mais se encontra na maioria das diferentes cidades brasileiras. Algo muito intrigante a respeito deste pássaro, é perceber que eles se encontram em maior número em lugares alterados pelos seres humanos, do que em seu próprio habitat natural, que são áreas de cerrado e campos. Dificilmente encontradas solitárias na natureza, existem rolinhas das mais diferentes espécies, e sempre em locais abertos. Essa exposição e visibilidade das rolinhas, as fazem ser uma espécie de fácil acesso aos predadores. As espécies são encontradas em muitos países, mas principalmente nos países da América Latina, como: México, Argentina, Paraguai, Uruguai, Peru e em todo o território brasileiro, que mesmo sendo um país de dimensões continentais, apresenta esta ave por toda a extensão de seu território. A seguir, são apresentadas algumas espécies e peculiaridades dessa família.
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Rolinha-Roxa
A rolinha-roxa, é um tipo de rolinha amplamente vista em território brasileiro e tem nome cientifico Columbina Talpacoti. É impossível atribuir todos os nomes que os mais diferentes cantos do país atribuem a esta ave, mas só a nível de exemplo, podemos citar Rolinha-Barreira, Pomba-Rola e Rola-Sangue-de-Boi. Assim como a maioria das rolinhas, não é encontrada só na natureza. Comum em grandes centros urbanos, nas praças das cidades, e em praças de alimentação, se aglomeram em torno de faíscas e migalhas de comida.
Seu tamanho varia entre 11 e 19 centímetros. A diferença visual entre o macho e a fêmea desta espécie se dá por meio das penas na cabeça e ao longo do corpo. Na região superior a plumagem do macho tende ao azul, e pelo corpo tende a um tom um pouco mais avermelhado. Nas fêmeas, não há variação ao longo do corpo, estando sempre pendendo ao tom pardo. Se alimentam principalmente de sementes e grãos (granívoros), mas também variam seu cardápio com pequenos insetos, desde que eles estejam no chão, que é o local onde as rolinhas-roxas costumam se alimentar.
Se reproduzem nas mais diferentes épocas do ano, o que a faz se diferenciar de muitas aves, e dá o aspecto de estarem em todos os lugares. Os ninhos costumam se localizar em árvores, mas não é nada incomum, encontrarmos em cima de toldos, telhados de prédios e casas, e até mesmo em cima de estruturas de postes de iluminação. Cada ninho costuma ter 2 ovos, e demoram entre 11 e 13 para incubar. A defesa deste ninho no período é muito intensa, sendo que a fêmea e o macho revezam no que tange a chocar os ovos.
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Rolinha-Vaqueira
Outra espécie da família Columbidae é a rolinha-vaqueira (Uropelia campestres). Seu nome cientifico deriva do grego e do latim e faz menção a sua cauda. Não é uma ave ameaçada de extinção, podendo ser encontrada em países sul-americanos como Bolívia e Brasil. Pode ser encontrada em campos com gramas ou em ambientes bastante áridos, desde que o clima seja tropical úmido ou subtropical de baixa altitude.
Seu tamanho varia entre 16 e 18 cm, e tem em sua cauda longa e estreita, uma peculiaridade muito própria da espécie. Tem sua plumagem em tom amarelado, com leves detalhes pretos (mesma cor do seu bico), e o envolto dos olhos em uma amarelo muito destacado. Tem o hábito de se alimentar de frutas e sementes (granívoro) e também de frutas e vegetais.
A rolinha-vaqueira é uma ave muito ágil e observadora. Costuma se locomover pelo chão em passos curtos, porém apressados. Não é uma presa fácil para os predadores, e a cada sequência de passos dado, levanta a cabeça em busca de observar se há algo predatório no seu campo de visão. Não costuma dar saltos, e gosta de se molhar para estar sempre limpa.
Sua distribuição demográfica no Brasil se dá principalmente no Centro-Oeste, mas também no noroeste de Minas Gerais, no Roraima e em um ponto específico do estado do Amazonas.
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Rolinha-Picui
Também chamada de rolinha-pé-de-anjo e de rolinha-branquinha (no Rio Grande do Norte e no Piauí respectivamente), a rolinha-picui pertence à família Columbidae e tem nome cientifico Columbina picui. É vista em diferentes partes do país e varia sua aparência de acordo com a região. Por exemplo no Pantanal, sua plumagem tem um tom que pende mais pro marrom, e já no Nordeste a cor é predominantemente branca.
Seu tamanho varia entre 15 e 19 centímetros de comprimento e seu peso médio fica entre 44 e 60 gramas. Existem algumas derivações chamadas biologicamente de subespécies: a Columbina picui picui se estende em alguns países sul-americanos, e no Brasil no extremo sul; já a Columbina picui stripitans, aparece pelo nordeste brasileiro e ao norte do Espirito Santo.
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Rolinha-Cinzenta
Também pertencente à família Columbidae, a rolinha-cinzenta se assemelhada muito aos pardais. Seu nome cientifico é Columbina passerina, e com um peso que gira em torno de 20 a 40 gramas, é uma das menores rolinhas do mundo. Tem um bico colorido em uma cor que faz um misto de rosa e amarelo, com exceção em uma região da Amazônia, que tem o bico todo preto. Com cauda escura, o ventre pode ser branco com variações pardas ou rosa.
A rolinha-cinzenta apresenta uma gigantesca quantidade de sub-espécies. No total biológicos especialistas avaliam algo em torno de 19 espécies.
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Rolinha Fogo-Apagou
O nome desta espécie é sem dúvida, o mais curioso entre todos os nomes de rolinhas. A origem é uma tradução livre da onomatopeia, que esta espécie emite nas fazendas e campos brasileiros. Os agricultores mais antigos repetiam o canto dessa rolinha, como sendo “fogopagô”. Dessa brincadeira o nome da espécie de nome cientifico Columbina squammata ficou como Rolinha-Fogo-Apagou. A popularidade dessa ave se tornou sucesso da MPB, em composição de Sá e Guarabyra, chamada “Fogo Pagô”. Tamanha identificação de intérpretes nordestinos com a composição, o fenômeno Luiz Gonzaga chegou a ser um dos que cantaram a música.
Sua plumagem tem um misto amarronzado de cores, com extremidades das asas em tom de cinza claro, e o dorso em tons mais escuros que o resto da plumagem. Suas patas são rosadas. O peso varia entre 45 e 60 gramas, e o tamanho entre 18 e 22 centímetros.