A ave chamada de arau-gigante cujo nome científico é Pinguinus impennis (antes era Alca impennis) está classificada na ordem Charadriiformes e devido a sua intensa caça está extinta desde 1852. A espécie podia ser encontrada em algumas ilhas do Atlântico Norte e nas costas da Noruega, Canadá, Irlanda, Groenlândia, Islândia e Grã-Bretanha.
O Nome Pinguinus
Uma curiosidade é que existem evidências que alguns espécimes de arau-gigante chegaram a pelo menos visitar a costa da Flórida nos Estados Unidos. A origem do nome genérico “Pinguinus” está no galês pen gwyn que significa nas Ilhas Britânicas e quer dizer cabeça branca.
Quando os exploradores tiveram contato visual com os pinguins do Hemisfério Sul perceberam que havia grande semelhanças com o arau-gigante e dessa forma lhes deram o mesmo nome.
Pinguinus e Pinguins Tem Ligação?
Uma dúvida bem comum em relação aos Pinguinus e os pinguins, porém, como explicamos acima a forma como os últimos foram nomeados fica claro que não existe nenhuma ligação entre ambos. Os pinguins e os araus não tem nenhum tipo de ligação filogenética.
As Características Físicas Do Arau-Gigante
Dentre as espécies do grupo de alcídeos, o arau-gigante, era o maior com aproximadamente 75 cm de comprimento e 5 kg. Quando comparamos o seu peso e a sua altura chegamos a conclusão de que ele relativamente pesado, isso é possível por que o arau-gigante não voava.
As plumas dessa ave eram brilhantes em tons de branco e preto, as penas de voo menores (chamadas de remiges) tinham mais ou menos uns 10 cm, o que tornava impossível para essas aves voarem. Os pés do arau-gigante era pretos e os seus dedos unidos por uma membrana interdigital de um tom de castanho, eram unidos por uma membrana.
A ave tinha um bico negro com riscas transversais brancas, já a sua cabeça era quase toda preta com algumas manchas brancas que ficavam entre os olhos e o bico. Apesar de não voar o arau-gigante nadava muito bem devido ao impulso criado pelas asas que funcionavam como verdadeiras barbatanas.
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A Vida Do Arau-Gigante
A alimentação dessa espécie consistia basicamente em peixes de tamanho médio e que mediam mais ou menos a metade da sua altura. Dentre os principais predadores da espécie estão os cetáceos e as aves de rapina. Porém, vale ressaltar que em terra firme o arau-gigante não tinha problemas com predadores.
Pelo fato de não ter predadores em terra firme a espécie andava bem lentamente e não tinha grande preocupação com isso. O verão era a estação de reprodução do arau-gigante que acabavam chocando os seus ovos em junho. Cada casal da espécie apenas incubava um ovo por ano. O ovo era amarelado e tinha pontos pretos na casca.
A Extinção Do Arau-Gigante
Como já ressaltamos o arau-gigante não conhecia predadores em terra firme e dessa forma a sua extinção está totalmente relacionada a ação humana. Para se ter uma ideia registros históricos demonstram que no século V a.C. já eram realizadas caçadas de arau-gigante na costa do Labrador pelo menos desde o século VIII.
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A caça dessa ave era motivada pela sua carne, plumas e pelos os seus ovos, porém, não foi esse tipo de caça que acarretou na sua extinção. Quando a exploração marítima do Atlântico Norte começou e se tornou mais intensa o homem passou a caçar mais intensamente o arau-gigante em todos os seus habitats e também nas suas colônias de nidificação.
As aves em terra eram muito vulneráveis uma vez que não tinham a habilidade de defesa de predadores e também por que não podiam voar. O perigo real de extinção da espécie começou entre os séculos XVIII e XIX. O grande problema é que nessa época as pessoas ainda não davam importância para a possibilidade de uma espécie ser extinta.
O Arau-Gigante e Os Colecionadores
A partir do momento que a espécie passou a ser vista mais raramente tornou-se um artigo de colecionador e durante a época auge do naturalismo os espécimes e seus ovos se tornaram uma verdadeira preciosidade. Se o problema já era sério devido as caçadas das aves quando elas passaram a ser o foco de colecionadores se tornou ainda iminente o seu desaparecimento.
Em julho de 1844 o último casal de arau-gigante foi avistado numa ilha que ficava próxima a Islândia. Para conhecer um pouco mais da história dessas aves e saber como elas eram atualmente é necessário visitar museus que tenham exemplares das aves e de seus ovos conservador por taxidermia. Estima-se que entre exemplares expostos em museus e coleções particulares existam cerca de 80 ovos.
Extinção – Espécies Riscadas Do Mapa
É bastante comum ouvir falar sobre o grande problema da extinção iminente de espécies atualmente, porém, pouca ênfase é dada para as espécies que já não podem ser encontradas no planeta. O arau-gigante é um grande exemplo de espécie que foi caçada e riscada do mapa para sempre.
Porém, além da caça dos espécimes o homem contribui para o desaparecimento de muitas espécies destruindo os seus habitats e assim não deixando espaço para que seja realizada a reprodução e nem mesmo para que esses animais tenham uma chance real de sobreviver.
Com tantas espécies caminhando para a lista de ameaçadas de extinção foram criadas leis e medidas visando protegê-las, porém, pelo pudemos observar nos últimos anos isso não tem sido o suficiente. A atenção com as espécies ameaçadas deve ser redobrada, pois depois que o último casal morre não há como voltar atrás e lutar para que se possa observar um espécime desses sem ser em museus.
Arau-Gigante – Uma Espécie Que Não Conhecemos
Com a extinção decretada oficialmente em 1852, o arau-gigante, é uma espécie que não conhecemos. As aves que não voavam e que se mostravam totalmente dóceis e indefesos em terra eram caçados desde o começo dos tempos, porém, foi a ganância do homem ao longo da história que extinguiu essas aves para sempre.
Quando ouvimos falar de um caso de uma espécie extinta como a do arau-gigante é importante refletir sobre os cuidados que devem ser tomados para que esse não seja o destino de muitos outros animais.