Transfusão Sanguínea Em Cães e Gatos

Os cães e gatos são grandes companheiros do ser humano e quando algo não vai bem com a saúde dos amiguinhos de quatro patas é necessário correr para um centro veterinário para pedir ajuda.

Quando os animais apresentam problemas como estar extremamente anêmicos ou então sujeitos a risco de vida imediato pode se mostrar necessário fazer uma transfusão sanguínea. Vale dizer que nas situações que mencionamos pouco importa a causa da anemia ou do risco de vida é necessário fazer a transfusão.

Obviamente as regras e cuidados para a coleta e transfusão do sangue em animais são diferentes daqueles empregados em seres humanos. Se você atua ou pretende atuar no segmento de medicina veterinária ou mesmo é um dono zeloso vai gostar de ir mais a fundo nesse assunto.

Elaboramos a seguir um texto informativo que visa esclarecer como são feitas a coleta e a transfusão de sangue em cães e gatos. Além disso, você vai entender um pouco melhor o estudo da classificação das anemias em animais, o principal motivo para tais transfusões.

O Objetivo Da Transfusão

O grande objetivo da transfusão sanguínea em cães e gatos é manter a vida do paciente que foi acometido por uma redução significativa de células sanguíneas. O essencial é manter a circulação de hemoglobina num nível satisfatório.

Nos casos em que o cão ou o gato estão com níveis muito baixos de hemoglobinas é fundamental fazer a reposição das mesmas com sangue armazenado em condições ideais. A transfusão tem permitido que os animais doentes tenham um prazo de pelo menos 20 dias para se recuperar de suas enfermidades.

Para se ter uma ideia nos casos de anemia não regenerativa e também naquelas do tipo hemolítica apenas uma transfusão tem sido satisfatória.

Indicações Da Transfusão

Baixa Concentração de Células Sanguíneas

A transfusão sanguínea é indicada para cães e gatos quando existe uma baixa concentração de células sanguíneas acompanhadas por sintomas clínicos como anemia, por exemplo.

A anemia pode ser observada nos animais através de mucosas pálidas, sopro cardíaco funcional (chamado também de sopro anêmico) e também taquicardia. Confira abaixo quais são os parâmetros de hemoglobina e de hematócrito que podem exigir a transfusão:

Cães:

  • Hemoglobina – 5g/100ml
  • Hematócrito – 15%

Gatos:

  • Hemoglobina – 4g/100ml
  • Hematócrito – 12%

Cirurgias Longas e Traumatizantes

Outro momento em que pode ser importante utilizar as transfusões sanguíneas em cães e gatos é durante as cirurgias prolongadas e traumatizantes que acarretam em grande perda de sangue.

Estado De Hipoproteinemias

Se o animal se encontra em estado de hipoproteinemias que pode ser resultante de um longo período de inanição, doenças parasitárias consuntivas, infecções, intoxicações e queimaduras.

Terapia Inespecífica

A transfusão sanguínea em animais também pode ter a função de atuar como terapia inespecífica estimulante nos casos em que seja necessário reestabelecer a resistência e também naqueles casos em que a convalescença devido a tratamentos cirúrgicos se mostra prolongada.

As Contraindicações Da Transfusão

Incompatibilidade Sanguínea

A principal contraindicação da transfusão sanguínea é aquela que diz respeito a incompatibilidade do sangue que será utilizado para o receptor. Porém, numa situação de emergência em que os pacientes tenham uma hemorragia aguda e estejam sob risco de vida é essencial se valer desse recurso.

Doenças Autoimunes

Os cães que sofrem de doenças autoimunes (como anemia hemolítica autoimune) não sofrem incompatibilidade, mas podem passar por uma maior destruição de eritrócitos do sangue que foi transfundido. Não existe uma inconveniência que impeça a transfusão nesse caso, mas é importante que sejam tomados os cuidados adequados.

Como é Feita a Seleção Do Doador Canino

O sucesso de uma transfusão sanguínea em cães e gatos depende da compatibilidade e da seleção do doador. Para começar no caso dos cães os doadores devem ter mais de 1 ano de idade, pesar entre 20 e 30 kg (não podem ser obesos) e que apresentem um comportamento dócil que facilite a coleta.

Também é importante se certificar que o cão escolhido para ser um doador não tenha recebido uma transfusão anteriormente. As raças de cães que mais se adequam ao padrão de doador perfeito são Dálmata, Pastor Alemão, Pointer entre outros que sejam mestiços e que tenham grande porte.

Os hospitais veterinários sempre precisam contar com 2 ou 3 animais que sejam de propriedade do estabelecimento para poder sempre contar com doadores a disposição. É importante ter certeza que os doadores sejam clinicamente sadios e que tenham boas condições físicas.

Isso inclui a avaliação para saber se os cães estão isentos de parasitas de qualquer tipo e também se não tem nenhuma doença principalmente aquelas que podem ser transmitidas pelo sangue.

Uma recomendação dos especialistas é que os cães que são potenciais doadores de sangue sejam vacinados contra Cinomose, Leptospirose e Hepatite Infecciosa a cada 6 meses.

Outro cuidado necessário é de realizar Hematócritos periódicos para que seja possível verificar como está o sangue do doador. Uma dificuldade quando se trata de transfusão sanguínea em cães é fazer a tipificação do sangue canino.

Como não existem soros específicos no sangue dos cães é necessário que o profissional baseie a sua avaliação na observação dos pacientes que se valeram de uma transfusão do doador. Se nessa observação o profissional percebe que há repetições das reações transfusionais é necessário substituir o doador.

Em geral é interessante dar preferência para os doadores que se encontram nos grupos cea-1 e cea-2 negativos. Antigamente esses grupos eram classificados como tipo A negativo. As chances de encontrar doadores com esse tipo de sangue é de mais ou menos 40%.

A Classificação Do Sangue Canino

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Atualmente, os grupos sanguíneos caninos são classificados de acordo com a abreviação CEA (canine erythrocytes antigens) seguida de um número que vai de 1 a 8. Confira abaixo os tipos de sangue canino e a sua incidência.

GRUPO          INCIDÊNCIA

CEA- 1           40 %

CEA- 2           20 %

CEA- 3           5 %

CEA- 4           98 %

CEA- 5           25 %

CEA- 6           98 %

CEA- 7           45 %

CEA- 8           40 %

Dentre esses grupos mencionados acima apenas os cea-1 e cea-2 são bastante reativos. É importante saber que transfusões feitas em cães que já foram sensibilizados com cea-1 e cea-2 costumam resultar em reações graves como, por exemplo, hemólise severa.

Os demais antígenos reagem de forma bem fraca em cães que foram previamente sensibilizados. É rara a ocorrência natural de anticorpos.

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Curiosidades

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