Existe Tatu na Amazônia Brasileira? Quais São as suas Espécies?
A resposta para a pergunta do título é sim, existem tatus vivendo na região da Amazônia brasileira e a espécie mais conhecida é justamente a do famoso tatu canastra. Essa espécie de tatu é muito conhecida pelo seu tamanho e pelo seu porte. O seu nome cientifico é Priodontes maximus, mas na linguagem popular brasileira além de ser conhecido como tatu canastra ele pode ser chamado também por outros nomes, entre eles está o nome de tatuaçu e tatu carreta. Esse tatu pode ser visto também em outras localidades da América do Sul e não apenas no Brasil. O seu tamanho pode atingir impressionantes 1 metro de comprimento somados a uma combinação que fica por volta dos 60 quilos de peso, além disso, a sua cauda pode ser enorme atingindo mais ou menos 50 cm, ele é atualmente o maior tatu ainda vivo que habita em nosso planeta. As suas patas são muito fortes e robustas, mas o que mais chama atenção mesmo são as suas unhas fortes e grandes que podem atingir os 20 cm de comprimento.
Sua alimentação consiste em insetos e animais de outros tipos, tal como as formigas, os cupins, as aranhas, as larvas e até mesmo cobras, todos esses alimentos o tatu canastra obtém a partir do revolvimento do solo com as suas unhas. Apesar da sua ocorrência na Amazônia, ele pode ser visto no Brasil também na região do cerrado, na parte mais central do nosso país, além disso, ele é presente também na Argentina e na Venezuela. Apesar da sua larga faixa de ocorrência, o tatu canastra se trata de uma espécie considerada vulnerável na escola de estado de conservação, pois a sua reprodução acontece de forma muito lenta, sendo que a tatu fêmea dá à luz a apenas um filhote em cada uma de suas gestações, somado a isso está o fato de que o seu período reprodutivo ocorre de 3 em 3 anos. Por isso se for muito caçado, a espécie não consegue recompor o número de indivíduos de maneira rápida, entre outros motivos, é importantíssimo que seja fiscalizado de forma mais eficaz a caça das espécies da nossa fauna brasileira.
Apesar do seu estado de conservação até pouco tempo atrás ainda indicar que ele é uma espécie vulnerável, atualmente o tatu canastra já se enquadra na categoria de espécie ameaçada de extinção, infelizmente. É considerado uma espécie ameaçada ou em alto risco, uma vez que é bem difícil de encontrar essa espécie de tatu mesmo nos seus habitats naturais, onde em outros tempos ele era abundante e facilmente visto. São muitos os fatores que infelizmente contribuem para essa situação, primeiramente existe a caça ilegal de tatu, para que ocorra o consumo da sua carne, além também do uso da sua armadura resistente, além disso, muitos animais já foram vítimas de atropelamentos. Outra coisa que vem dificultando a situação dos tatus é a perda de áreas de floresta e de vegetação nativa onde antes ele costumava viver, atualmente uma boa parte dessas regiões já possuem áreas fragmentadas, ou seja, áreas onde aconteceu o desmatamento, com isso são criados uma espécie de buracos na vegetação que atrapalham a vida dos animais da floresta, incluindo os tatus, que passam a ser deslocados de seus habitats a cada novo desmatamento.
Os seus hábitos são especialmente solitários, mas ainda não existem muitos estudos conclusivos, se isso acontece porque uma grande parte da população foi caçada e há muita fragmentação do seu território natural (como foi explicado acima), ou se realmente é uma característica típica dessa espécie, normalmente eles somente são vistos em mais de um indivíduo quando a mãe ainda está no período de cuidados com o seu filhote ou quando a fêmea está em época de reprodução. Lembrando que o pantanal também é um de seus habitats originais e as queimadas que acontecem por lá não contribuem em nada para a preservação da sua espécie, aliás não contribuem para a preservação de nenhuma espécie, nem de animais e nem de vegetação. Os tatus têm a característica também de viver perto de cursos de água ou lagos, em contrapartida eles procuram sempre fugir de viver perto a povoações e cidades, locais onde existe algum tipo de movimentação humana.
Uma informação muito relevante sobre eles é que eles não se adaptam muito bem a vida em zoológicos, na verdade, os zoológicos não são locais tão legais assim, atualmente já temos muito mais consciência de que eles tiram os animais da natureza para viver em cativeiro apenas para o entretenimento sem sentido do ser humano, sem nenhum outro tipo de benefício para ninguém, uma luz no final do túnel é que existem muitos movimentos que defendem o fim dos zoológicos, inclusive em alguns lugares já são proibidas as aquisições de novos animais para viverem enjaulados, que bom, o que esperamos é que as coisas continuem mudando para melhor para os animais, que não fizeram nada para merecer esse tipo de tratamento.
Importância Ecológica do Tatu Canastra
Além do fato de que o tatu canastra é o maior tatu que vive hoje em nosso planeta ( no passado existiram espécies bem maiores que já foram extintas), portanto a sua importância para a ciência é sem precedentes, tem também outras questões ecológicas envolvidas. Obviamente temos que considerar a cadeia alimentar, porque ele é presa de algumas espécies, enquanto que é predador de outras, dessa forma na sua função de predador o tatu canastra contribui para a manutenção do equilíbrio ecológico, para que algumas outras espécies não cresçam de maneira indiscriminada, ao passo que ele é presa para outras espécies de forma que elas tenham alimentos para crescer em número de população de maneira equilibrada.
Como bem sabemos os processos ecológicos naturais estão todos interligados, uma espécie de mosquito que pode ser extinta hoje pode em um primeiro momento não parecer ter muita importância, mas ele interfere com outra espécie, que interfere com outra, até que atinge um nível de ecossistema muito avançado e que nem imaginávamos, obviamente em algum ponto dessa cadeia as consequências chegam até os seres humanos. Outra função ecológica do tatu canastra é como engenheiro das florestas, uma vez que ele constrói muitos buracos ao longo de sua vida, por todos os lugares que passa, sendo assim, quando ele muda de localidade esses buracos são deixados para trás e com isso outros animais aproveitam para usá-los como habitação e proteção. Uma das espécies que usam desses buracos feitos pelo tatu canastra é o cachorro do mato de orelhas curtas, dessa forma o ajudando a não entrar em extinção, pois atualmente ele é uma espécie ameaçada na escala e conservação.