Os esquilos voadores são esquilos de um grupo chamado de Pteromyini, pertencentes à família dos esquilos, que é a família Sciuridae. Eles são ao todo 45 espécies deste grupo. São animais arborícolas, que “voam” de galho em galho nas florestas, nas árvores mais altas.
Mais de 90 por cento das espécies de esquilos voadores são encontradas na Ásia. Apesar de serem encontradas espécies na Europa e na América do Norte, a maioria se concentra na Ásia. Isso tem um motivo, de acordo com descobertas de fósseis de mais de 150 milhões de anos. A preferência pela região asiática é porque lá existem diversas florestas densas, com copas de árvores muito altas. Isso é uma vantagem, pois em momentos onde o clima está desfavorável, o refúgio para estes animais é estar em ninhos em copas de altas árvores de florestas densas.
Como Eles “Voam”?
Na realidade, apesar do nome “esquilo voador”, eles não são mamíferos que realmente voam, mas sim mamíferos roedores que planam no ar. Eles possuem estruturas corporais que servem como abas e seguram o vento de forma com que consigam percorrer grandes distâncias no ar apenas pulando e abrindo seus membros. Os únicos mamíferos que possuem a capacidade de realmente voar são os famosos morcegos, ainda.
Apesar de parecer um pouco “decepcionante” saber que eles não são voadores, não se desanime! Já forma registrados esquilos que planaram por até 450 metros, o que é realmente impressionante. Em média, de acordo com o Muzeu de Zoologia da Universidade de Michigan, eles planam por cerca de 20 metros. Além das distâncias de planagem, eles conseguem fazer giros e curvas de até 180 graus, o que é mais impressionante ainda.
Então, do alto da copa das árvores, o animal abre seus membros, esticando seu corpo, formando uma plataforma deslizante pelo ar e planando por muitos metros. A direção é controlada pela manipulação de suas membranas que ficam entre os membros, e também com a ajuda da cauda. Para pousar ele puxa levemente o corpo para cima e para com as quatro patas em outra árvore (algumas espécies costumam parar no chão, para enterrar nozes e outras sementes). Sem uso, suas membranas ficam coladas ao corpo.
Características
Possuem os membros longos e finos, em comparação ao restante do corpo. Uma cauda longa e grossa, cilíndrica (às vezes achatada, varia com a espécie). Possuem um pelo denso e longo, macio e sedoso, como outros esquilos. Existem 45 espécies, distribuídas em 14 gêneros, então há uma variação nos tamanhos e nos pesos.
Na América existem espécies bem pequeninas, com cerca de trinta centímetros de comprimento. Mas na Ásia existem esquilos tão grandes quanto guaxinins. A maioria das espécies de esquilos voadores, na realidade, são bem grandes, comparadas à outros esquilos. Existe o grande esquilo voador do Laos, famoso por ser gigante, com cerca de 1,08 metros de comprimento e pesando cerca de 1,8 quilos.
Esquilo Voador Do Laos
O patagium, ou patágio, é a membrana que eles possuem entre os membros, os braços e as pernas. Graças a esta membrana eles conseguem planar entre as grandes árvores por longas distâncias. São feitas principalmente por tecido cartilaginoso, coberto com pele e pelos. Na ponta de cada braço e de cada perna há esporões que servem par conseguir tensionar ao máximo essas membranas e com isso conseguir sucesso na planagem – quanto mais tensionada, mais sucesso o esquilo tem em seu voo horizontal.
Hábitos
Diferentemente de seus irmãos esquilos não voadores, estes animais possuem seus hábitos noturnos. Se escondem em cavidades dentro das árvores, também em buracos, grutas, fendas e bordas de cavernas, como os morcegos. Podem construir ninhos na copa de grandes árvores, com folhas, cascas, musgos, etc.
Sua estrutura corporal ajuda muito a planar e é realmente impressionante e muito útil. Entretanto eles possuem uma desvantagem em relação aos outros esquilos. Pois os patágios (a estrutura cartilaginosa entre os membros) acabam fazendo com que eles sejam menos ágeis na hora de fugir de predadores. Por isso, eles possuem o hábito noturno. Seus predadores são as cobras, as aves, cães, gatos e outros felinos.
Mas além do hábito de planar, seus olhos são realmente muito grandes e adaptados ao escuro. Isso é uma grande vantagem para animais que precisam escapar de predadores na escuridão da selva.
Os esquilos voadores não costumam ter o hábito de hibernar. Entretanto acontece algo parecido. No inverno, os esquilos voadores diminuem bastante suas atividades e seu metabolismo para economizar energia. Se aquecem em ninhos junto à outros esquilos de sua região.
Alimentação
Os esquilos voadores se alimentam de sementes, frutas, fungos e liquens, samambaias, seiva, insetos, aranhas, pequenos pássaros, ovos, pequenos mamíferos, etc. São verdadeiros onívoros, eles comem também carniças, você acredita nisso?
Reprodução
Na primavera a época de acasalamento começa. A fêmea tem que se impressionar com a performance realizada pelo macho para chamar sua atenção. Isso claramente é feio com o voo. A partir daí, eles encontram uma toca, que pode ser um buraco em algum tronco de árvore. Ocorre a cópula.
No início do verão a fêmea dá a luz aos filhotes, que possuem um tamanho bem pequeno, como a ponta de um dedo. Os filhotes nascem totalmente indefesos, sem pelos, necessitando de calor materno 24h por dia. Ela cuida destes filhotes por mais de dois meses e defende-os com unhas e dentes. O cuidado parental é muito presente. No fim do outono, normalmente, os filhotes estão preparados para voarem sozinhos e seguirem suas vidas. Então saem das tocas e saem na busca por alimentos. Se os filhotes nascerem apenas no fim do verão, provavelmente o cuidado parental irá durar por todo o inverno.
Conservação
De acordo com pesquisadores, a maior ameaça à conservação destes esquilos é o aumento do desmatamento. Eles realmente vivem apenas em florestas e sem seu habitat natural é impossível que eles consigam fugir de predadores, se alimentarem, se reproduzirem e sobreviverem.
Além disso as mudanças climáticas, causadas e aceleradas pelo homem, também está sendo uma ameaça à estas espécies, pois o aquecimento global está causando a extinção de diversas espécies que fazem parte da teia ecológica dos esquilos voadores.
