Animais do Cerrado em Extinção

Presente numa área que ocupa 20% do território nacional, o Cerrado, é o segundo maior bioma do país e se destaca por ter uma fauna e flora muito diversa. Também chama atenção com o seu potencial hídrico uma vez que nas chapadas estão concentradas as nascentes dos rios de maior destaque da bacia Amazônica bem como dos rios São Francisco e da Prata.

Por que os animais da Caatinga estão entrando em extinção?

A concentração principal do Cerrado está na região Centro Oeste e tem fronteira com outros biomas de grande relevância como a Caatinga, a Amazônia, a Mata Atlântica e o Pantanal.

O Cerrado está concentrado principalmente na região Centro Oeste e faz fronteira com outros biomas importantes, como Amazônia, Caatinga, Pantanal e Mata Atlântica. Infelizmente a biodiversidade do Cerrado se encontra ameaçada devido ao crescimento da exploração econômica da região.

A Economia e a Extinção

Na década de 1970 foi descoberto o grande potencial do Cerrado e dessa forma a região acabou se tornando o principal polo de produção de grãos do Brasil. Com uma ambição sem freios logo uma extensa área do bioma foi convertida em área de plantações de arroz, soja e pastos de criação de gado.

O ecossistema acabou passando por uma grande transformação devido a introdução de agroquímicos, outras espécies bem como as emissões de gases de efeito estufa. Além do ecossistema houve ainda alterações geográficas. As modificações e explorações intensas do bioma resultaram em inúmeros problemas ecológicos.

Pesquisas sobre a extinção dos animais no cerrado

Algumas pesquisas realizadas pelo Programa Cerrado da CI-Brasil demonstram que esse bioma está ameaçado de desaparecer até o ano 2030. O desmatamento está na casa de 1,5% ao ano o que equivale a 3 milhões de hectares/ano, para se ter uma ideia de quão grave saiba que isso é o mesmo que 2,6 campos de futebol por minuto.

A intensa ameaça pela qual o bioma passa ameaça diretamente os animais, sendo que muitas espécies já se encontram em risco de extinção. Parte das espécies da fauna e da flora podem ser encontradas apenas nessa região, não existem em outros biomas. Essa ocorrência leva o nome de espécies endêmicas como, por exemplo, o Quenquém (Acromyrmex diasi).

Biodiversidade

Alguns estudos apontam que o Cerrado conta com em torno de 10.000 espécies vegetais e mais 1.300 espécies de animais vertebrados. Os especialistas não tem um método que possa afirma com exatidão quantas espécies estão vivendo nessa região e nem mesmo como fazer a catalogação.

Conforme dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade existem mais de 130 espécies ameaçadas de extinção nesse bioma dentre as quais estão aves, anfíbios, invertebrados terrestres, peixes, répteis, invertebrados aquáticos e mamíferos. A seguir vamos falar um pouco mais sobre eles.

Espécies em Extinção no Cerrado

Cachorro-do-mato-vinagre (Speothos Venaticus)

Uma espécie que até algumas décadas era tido como apenas fóssil também pode ser chamado de januária e jaguaracambé. Encontrado em savanas e florestas precisa estar próximo de água, ele nada e mergulha com excelência. A sua base alimentar conta com animais como crustáceos, roedores e cotias. Uma curiosidade é que o “prato” preferido desse animal é a paca que se encontra em extinção de maneira que ele precisa mudar os seus hábitos alimentares.

O cachorro-do-mato-vinagre conta com adaptação para viver em áreas alagadas e os seus dedos possuem ligação por uma membrana, um fato que facilita para que esse animal nade e mergulhe bem. Costuma se abrigar em troncos de árvores, buracos e tocas. A maturidade sexual dessa espécie chega após um ano de vida, em média a gestação leva 67 dias. A média é de 3 filhotes por gestação, algumas ninhadas podem contar com seis indivíduos.

Cachorro-do-mato-vinagre

Cachorro-do-mato-vinagre

Gato-Maracajá (Leopardus Wiedii)

De pequeno porte esse gato possui grande semelhança com a jaguatirica e também com o gato do mato. Contudo numa rápida comparação com o gato do mato podemos perceber que a sua cabeça e o seu corpo são ligeiramente menores enquanto a cauda é mais alongada. Uma espécie que se adapta bem a ambientes arborícolas, possui padrão de atividade noturno.

Como se trata de um animal com grande facilidade para escalar se concentra em capturar espécies de roedores pequenos que vivem em árvores assim como aves. Pode pesar entre 3 e 5 quilos com um comprimento que fica entre 90 e 130 cm. O período de duração da gestação é de 80 a 84 dias e normalmente a ninhada tem um único filhote. O Gato-Maracajá pode ser encontrado em todos os estados do país.

Gato-Maracajá assustado

Gato-Maracajá assustado

Jaguatirica (Leopardus Pardalis)

Um felino que pode ser encontrado na Mata Atlântica e em outras matas do país, possui distribuição em toda a América Latina em especial no sul dos Estados Unidos (estado do Texas). Um animal que se caracteriza por ter hábitos noturnos e passar grande parte dos seus dias dormindo em galhos de árvores.

Uma curiosidade é que diferente da maior parte dos felinos a jaguatirica vive em pares. A média é de dois a quatro filhotes em cada gestação que pode durar entre 70 e 95 dias. A idade adulta chega para esse felino em torno de um ano e meio de idade. No cativeiro pode viver até 20 anos. Na sua base alimentar se encontram mamíferos pequenos e médios, morcegos, macacos.

Jaguatirica em cativeiro

Jaguatirica em cativeiro

Tamanduá-Bandeira (Myrmecophaga tridactyla)

Trata-se de uma espécie bastante útil para o ser humano uma vez que se alimenta somente de cupins e formigas. Para se alimentar o tamanduá abre os formigueiros e os cupinzeiros usando de suas garras grandiosas. Usa a língua filiforme que tem entre 10 e 15 mm para comer as formigas e os cupins. Pode ser projetada até 60 cm para fora da boca e os insetos acabam ficando grudados, então o tamanduá os engole.

Esse animal tem mandíbulas lisas e não possui dentes o que se caracteriza numa exceção dentre os mamíferos que normalmente tem dentes. Pode ser encontrado no cerrado, em savanas e em flores úmidas. Uma característica que o tornas muito fácil de caçar é ser lento, para completar ele não ouve e nem enxerga bem de maneira a ser um alvo fácil para caçadores. O nome da espécie é uma referência a sua longa cauda que tem pelos que formam o desenho de uma bandeira.

Tamanduá-Bandeira

Tamanduá-Bandeira

A importância da manutenção da biodiversidade no cerrado

O cerrado é o segundo maior bioma existente no Brasil, ocupando cerca de 20% do território nacional, e abriga grande variação de fauna e flora – é o terceiro bioma que mais tem espécies – sendo muito importante para a preservação da biodiversidade. Mas ele está cada vez mais ameaçado pelo crescimento urbano, pelo desmatamento e pelas grandes monoculturas que foram empurradas para o centro do Brasil, transformando a grande riqueza natural em plantações de soja, arroz ou até mesmo grandes pastos para criação de gado.

Cerca de 1300 espécies de animais vertebrados vivem no cerrado. Sessenta estão ameaçadas de extinção: 15 das 180 espécies de répteis, 20 das 161 espécies de mamíferos, 3 das 150 espécies de anfíbios e 22 das 837 espécies de aves.

Outras espécies ameaçadas de extinção no cerrado

Entre as espécies ameaçadas temos o lobo-guará, o tamanduá-bandeira, a anta, o tatu-bola, o cervo, a onça pintada, a ariranha, a lontra… Algumas espécies são bem conhecidas da população em geral, como o tatu-bola e o tamanduá-bandeira, mas hoje em dia são praticamente desconhecidas dos mais jovens.

O Brasil abriga quase todos os lobos-guará ainda existentes no mundo; o tamanduá-bandeira atinge cerca de 1,80m incluindo a cauda e chega a pesar 40kg; a anta é o maior mamífero da América do Sul, chegando a pesar 300kg e a fêmea tem um filhote de cada vez, com uma gestação que pode durar de 335 a 439 dias; o tatu-bola é endêmico do Brasil e está muito ameaçado de extinção pois é fácil de ser pego quando se enrola buscando defesa e é caçado até mesmo em áreas de preservação; a onça pintada é o terceiro maior felino, vive até 20 anos em cativeiro mas cerca de apenas 10 anos quando selvagens; apenas a fêmea dominante de um grupo de ariranhas se reproduz, com uma gestação que dura cerca de 70 dias e pode ter até cinco filhotes por vez; a lontra é caçada para o uso comercial de sua pele.

Isso tudo, é claro, sem falar nos animais invertebrados e nos peixes, cujas estatísticas ainda são desconhecidas. Boa parte das espécies listadas como espécies que correm o risco de serem extintas se tornam objeto de estudo acadêmico e de pesquisa científica para uma tentativa maior de preservação.

O cerrado ainda possui uma grande quantidade de flora e fauna endêmicas, ou seja, diversas espécies que não são encontradas em nenhum outro bioma.

Com a ameaça que o bioma sofre essas espécies correm um risco maior de serem extintas do que as espécies que também são encontradas em outros biomas.

Essas espécies endêmicas são consideradas um indicativo da preservação e da qualidade do seu meio ambiente. Mas enquanto o homem não fizer a sua parte essas espécies podem acabar simplesmente sumindo do mundo.

Fotos de animais do cerrado em extinção

Luana Mercurio

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Comentários

  • valeu ajudou demais essas fotos obrigada

    malu 4 de agosto de 2011 17:53
  • olha vou pedir para os meus amigos entrarem aqui tambem oq

    malu 4 de agosto de 2011 17:54
  • gosto

    guilherme louro 2 de novembro de 2011 10:06
  • adorei,amei e gostei

    diego luz 25 de outubro de 2013 14:10
  • adorei esse site,e muito legal

    leandro silva 25 de outubro de 2013 14:15

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