O macaco-prego-galego, cujo nome científico é Cebus Flavius, vive originalmente na Mata Atlântica, mais especificamente nos estados de Pernambuco e Alagoas. Pertencem a ordem dos primatas, família cebidae, habitam as regiões de floresta e se alimentam de frutos , pequenos vertebrados e insetos. A gestação desta espécie dura em média cerca de 180 dias, nascendo então um único filhote. Estes animais podem viver por aproximadamente 40 anos.
Zoologia brasileira
O Macaco-Prego-Galego possui uma história única dentro da zoologia brasileira. O primeiro relato desta espécie data do ano de 1648, ocasião em que o alemão Marcgrave, naturalista, esteve no Brasil em comitiva de Mauricio de Nassau. Mas apenas no ano de 1774 ocorreu a descrição formal desta espécie, feita por outro alemão, também naturalista, chamado Schereber. Depois disso, durante muitas décadas não se ouviu mais falar nesta espécie, inclusve haviam alguns questionamentos a cerca da real existência deste macaco amarelo claro de longos pelos.
O retorno
No ano de 2004 alguns animais apreendidos em Alagoas, pelo Centro de Proteção de Primatas Brasileiros, despertou o interesse de pesquisadores paraibanos, que perceberam se tratar de exemplares de Cebus Flavius ou o macaco-prego-galego. Esta história revela indícios de que os macacos desta espécie não foram abundantes e sendo assim podem ter passado despercebidos por cerca de 3 séculos.
Hoje em dia esta espécie ocorre somente em poucos locais da Mata Atlântica nos estados de Pernanbuco, Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba. Nas florestas onde foram encontrados grupos destes macacos, observou-se que são bastante degradadas, sendo cercadas pelo cultivo de cana-de-açúcar.
Risco de extinção
Tendo em vista a destruição do habitat natural desta espécie, bem como o reduzido número de exemplares na natureza, estes animais já são considerados como um dentre os mais ameaçados pela extinção em todo o mundo. Os estudos sobre estes macacos são muito recentes, portanto os pesquisadores sabem pouco sobre esta espécie, mas com base em informações sobre estudos de outros macacos-prego, sabe-se que eles convivem em grupos contendo diversos machos e também muitas fêmeas, se alimentando de insetos, frutos e pequenos animais.
Em cativeiro
No ano de 2006, por meio de uma parceria do zoológico da cidade de São Paulo e do Instituto Chico Mendes, teve início um programa com o intuito de reproduzir o macaco-prego-galego em cativeiro, a partir de alguns animais que se encontravam apreendidos.
O objetivo principal deste programa foi de buscar a manutenção desta espécie e desta forma evitar o seu desaparecimento completo, tendo em vista que, em seu habitat natural há grandes riscos de extinção. Os animais desenvolvidos em cativeiro poderão, no futuro, ser reinseridos a seu ambiente natural. O sucesso do programa já foi comprovado, nasceu uma fêmea em cativeiro, renovando assim as esperanças de preservação desta espécie.