Apesar de ficarem no mesmo grupo durante toda a vida, os golfinhos vivem em grupos, mas que vão sendo mudadas de acordo com as migrações e também com o acasalamento. Em alguns casos, a troca se dá por causa da busca pela comida. Uma manada de golfinho, em relação a quantidade de animais, pode ser bem variada, com dez exemplares chegando até 10 mil. Mas, neste caso, o número de golfinhos de uma ou de outra manada tem a influência da espécie.
O fato de estarem sempre juntos é um modo de defendê-los de predadores. Para isso, usam o focinho para atacar e fazer com que quem os ataca desista e vá embora. Outro coisa interessante que merece destaque no comportamento dos golfinhos é o companheirismo que existe entre eles. Em caso de ataque, por exemplo, se um fica ferido, o outro o leva para a superfície para ajudá-lo a respirar.
Alimentação, Comunicação e Mais Sobre os Golfinhos
Os golfinhos basicamente se alimentam de lulas, peixes e polvos. Eles procuram e ao localizar a presa nadam em volta dela fazendo bolhas, que servem para distraí-las e ficar mais fácil para que eles a capturem.
Sobre a comunicação desses animais é feita através de sons que lembram muito o assobio do homem. Eles conseguem fazer esses sons usando a garganta fora e dentro da água. Mas, os sons produzidos por eles não servem somente para comunicação, também ajudam na hora de procurar objetos debaixo da água. Quando o som bate em um objeto faz um eco e volta para o golfinho e ele então, tem a informação da distância, tamanho e forma.
Como características principais desses animais eles são brincalhões, inteligentes, sociáveis e muito curiosos. É muito comum vê-los acompanhando embarcações e com as pessoas, geralmente são tranquilos e amistosos. Eles não demonstram nenhum medo do homem.
Nem Tão Fofos Assim
Apesar de serem considerados bem tranquilos, assim como outros animais, os cientistas dizem que os golfinhos não são tão fofos assim. São daqueles bichos que parecem muito amigos da natureza e pacíficos, porém tem um “mas”, nesse comportamento. Os estudiosos garantem que eles também tem um lado cruel.
Em 2009, um biólogo da Escócia, que fez uma pesquisa de cetáceos, Kevin P. Robinson, descreveu uma tentativa de infanticídio por parte de um golfinho presenciada por ele. Segundo ele, o episódio aconteceu na costa nordeste escocesa.
Kevin relata que havia um grupo de 42 golfinhos, vários bebês e mães, entre eles, que eles nadavam até que de repente deu-se início a uma grande agitação. Logo em seguida, ele observou um macho saindo da água com um filho recém-nascido entre os dentes. O pesquisador continuou observando que ele chacoalhou o filhote e depois o atirou longe. Não satisfeito foi até o filhote novamente e tentava afogá-lo, levando-o bem para o fundo do mar. A mãe tentava ficar entre o macho e o filhote, mas o macho continuava dando golpes no filhote.
O biólogo disse então, que os outros machos do grupo fizeram uma espécie de isolamento em volta do golfinho macho que tentava matar o filhote, o afastando dos dois, também da fêmea. Segundo os relatos do pesquisador, nos poucos minutos que duraram a cena dava para observar que o golfinho filhote ficou com a espinha dorsal deformada, que nadava com pouca velocidade de um modo muito estranho. Até que encalhou em uma praia e ali ficou até morrer.
Para o biólogo não foi uma surpresa ver animais tão fofos cometendo tamanha violência. Existem estudos que afirmam que em alguns casos, os macho mata um filhote para antecipar o cio da fêmea. Caso contrário, eles precisam esperar que a fêmea desmame os filhotes para cruzar novamente. Uma “prática” comum não só entre golfinhos, mas entre outros animais também, como macacos-japoneses, ursos polares, leões, leões marinhos, entre outros animais.
Na maioria das vezes quem mata o filhote não é o macho pai dos filhotes, mas um outro. Até porque é uma forma de ele conquistar a liderança do grupo e ter os seus próprios filhotes.
Novas Descobertas Sobre o Comportamento dos Golfinhos
Segundo novos estudos sobre os golfinhos, eles levam no bico esponjas para vasculhar a areia do fundo do mar, o que prova ainda mais a inteligência atribuída a esse animal. Porém, a novidade é que segundo Janet Mann, bióloga e psicóloga, os golfinhos que têm esse tipo de comportamento são os “workaholics”.
Eles seriam classificados dessa forma porque passam a maior parte do tempo caçando com ferramentas do que os outros animais.
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O Estudo dos Golfinhos Workaholics
O estudo que chegou a esse conclusão teve início em 1989, foram analisados 41 golfinhos conhecido como golfinho-comum ou golfinho-nariz-de-garrafa. Eles ficam no Oceano Índico e usam as esponjas marinhas como ferramenta.
Segundo a pesquisa, quem usa as esponjas para achar alimentos são as fêmeas, é muito raro que um macho faça o mesmo uso. O macho prefere usar para buscar coisas escondidas na areia no fundo do mar. De acordo com a pesquisa, esses golfinhos que tinham a esponja ficavam a maior parte do tempo mergulhando e caçando, diferente do comportamento dos demais.
Outro comportamento interessante observado pelos estudiosos é que as fêmeas que tinham a ferramenta transmitiam o conhecimento para os seus filhotes. Além disso, segundo Mann, as esponjas estavam mais com as fêmeas, se observou poucos machos com elas e os que tinham faziam uso lentamente. Antes mesmo de desmamar, os filhotes fêmeas já estavam usando o “equipamento”, enquanto ao machos raramente tinham a esponja. Só a pegavam depois de desmamar.
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Segundo os pesquisadores, o que se observa é que as fêmeas são mais ativas para adotar um comportamento social de buscar alimentos ao lado da mãe, já os machos, não demonstram muito interesse em aprender o que fazem as fêmeas. Eles tendem a se comportar e observar os machos.
Para os biólogos é um sinal da diferença de comportamento entre os sexos que já mostra o interesse na reprodução que acontecerá a longo prazo. Os machos veem as fêmeas como uma aliança para achar alimentos, já que são elas que têm mais habilidade para tal.
Apesar de nos anos 80 os pesquisadores já terem observado esse tipo de comportamento dos golfinhos, não se trata de um trabalho fácil, pois o primeiro lugar que os golfinhos buscam alimentos é em grande profundidade, entre 8 a 13 metros.