Tatu Bola – Mecanismo de Defesa
O tatu bola definitivamente é um dos animais que mais tem a cara do nosso país, além desse animal ser endêmico e nativo do Brasil, ou seja, ele é um animal tipicamente brasileiro e que no caso de algumas espécies, estas só são encontradas por aqui, ele também está presente em muitas casas e jardins por aí, é possível inclusive afirmar que a grande maioria das pessoas, principalmente durante o seu período de infância já viu e até já “brincou” com o tatu bola. É exatamente nesse ponto em que devemos começar a falar sobre uma questão muito importante desse animal, uma vez que no Brasil, principalmente nas regiões de interior era muito comum de se brincar com o tatu bola de jardim, cutucando-o até ele virar uma bolinha, porém devemos entender que essa prática não é legal com esse pequeno animal, pois ele usa essa tática de virar uma bolinha quando ele se sente em situações de perigo, isso quer dizer que as vezes as pessoas achavam engraçado fazer isso, mas o pequeno animal estava todo encolhido por causa da sensação de medo, pois essa ação se encurvar e fazer uma espécie de bolinha com o seu corpo, é o mecanismo de devesa e auto proteção desse grupo de animais, é justamente isso que eles fazem para se proteger, escapar ou até mesmo disfarçar do perigo.
Tatu Bola
A estratégia de se “fechar” em formato de uma bola para sua defesa ocorre porque o seu corpo pode ser separado em duas partes (de acordo com a sensibilidade dos seus tecidos), sendo que a sua parte inferior tem uma espessura mais fina e mais mole, já a sua parte superior é protegida pela sua tão conhecida carapaça, que é de material duro e que protege esses animais de inúmeros perigos e predadores, sendo assim, o ato de se fechar nada mais é do que a proteção das suas áreas que estariam mais expostas e também vulneráveis, enquanto que as suas áreas mais resistentes e duras protegem todo esse corpo, sendo impenetrável para diversos perigos e organismos. Agora que já falamos e entendemos melhor uma das mais importantes características do tatu e uma das mais fascinantes estratégias de defesa de todo reino animal, podemos então falar um pouco mais sobre as informações especificas desse animal e dessa espécie, assim como certas características comportamentais e algumas curiosidades que sejam mais relevantes para o texto.
Tatu Bola – Informações Gerais
Uma primeira informação que devemos passar aqui é que não existe apenas uma espécie de tatu bola, mas sim várias delas, esse esclarecimento é importante porque essa denominação popular que lhe foi dada em decorrência do seu método de proteção descrito acima, mas não descreve apenas um tipo de tatu, mas alguns tipos os quais possuem essa característica adaptação e proteção. Essas espécies, no entanto, pertencem todas a um mesmo gênero em comum, que é justamente o Tolypeutes (que é a denominação cientifica), sendo as suas duas maiores subdivisões a Tolypeutes tricinctus e a Tolypeutes matacus, ambas são muito conhecidas em diversas partes do Brasil e claramente dependendo da região elas podem ainda receber outros nomes populares além do seu nome mais famoso que é tatu bola, alguns desses exemplos de regionalidades são os termos mataco, apar, tatuapara, apara e tatu bola da caatinga. Os locais onde podem ser vistas as suas espécies ou subespécies são o Brasil como já mencionado, a nossa vizinha aqui da América do Sul que é a Argentina, também a Bolívia e o Paraguai e por fim os Estados Unidos, lembrando que não são todas as espécies que ocorrem em todos esses lugares, cada uma tem as suas regiões já pré determinadas, mas citamos de modo geral a ocorrência do animal que se chama de tatu bola.
Uma coisa que poucas pessoas sabem é que os tatus de verdade, que fazem parte do grupo dos tatus que são conhecidos por tatus bola, são aqueles que em média atingem por volta dos seus 30 centímetros de comprimento corporal, o que é pequeno perto de outras espécies de tatu, mas nem tanto assim, é o tamanho em comprimento de uma régua padrão só para vocês terem uma base de exemplo. Esses são os tatus que conseguem se fechar ou se enrolar, os tatus de tamanhos maiores não possuem essa capacidade, é claro que eles também têm a sua parte superior protegida por uma carapaça rígida que os protege, mas eles não têm essa mobilidade corporal de se encurvar e virar uma bola, a sua mobilidade não é tão ampla assim, eles até se encurvam, porém não é uma curvatura total. O tatu é um dos mamíferos que está em situação de ameaça de extinção, não são todas as espécies que estão no mesmo patamar diante desse cenário, algumas mais e outras menos, mas é uma situação real, até mesmo por esse motivo foi que o tatu foi escolhido para ser o animal mascote oficial da Copa do mundo Fifa de 2014, a copa que aconteceu aqui no Brasil, a intenção foi exatamente de levantar um debate sobre esse assunto, assim como trazer mais sensibilização e consciência para esta causa.
A sua alimentação não tem muitas surpresas, é uma animal de tamanho consideravelmente pequeno, que fica em média nos 30 centímetros, o qual algumas vezes atinge até os 50 centímetros, mas que não consome grandes animais ou sequer que seja visto como um grande predador do meio natural, os seus principais alimentos são os insetos, as formigas e os cupins, para completar o seu cardápio ainda entram frutas e frutos em geral, nada muito fora do esperado para a sua espécie e para um animal do seu porte, lembrando que estamos falando aqui sobre os tatus bolas e não sobre toda a categoria de tatus, que em seus tamanhos maiores, de acordo com as preferências especificas de cada espécie, podem se alimentar de um cardápio bem mais variado e até peculiar, para saber mais sobre esses outros indicamos pesquisar apenas por tatus, ou tatus de grande porte, que por sua vez também vivem no Brasil. Uma questão que ainda é muito pouco levantada, são os estudos sobre essas espécies, inclusive porque não existem muito estudos, o que não faz sentido, já que o tatu bola se trata de um grupo de espécies nativas brasileiras e que mereciam muito mais atenção dos nossos pesquisadores e dos nossos governantes, porque afinal é de lá de cima que saem as verbas, estudos não saem baratos, é preciso equipamentos, suprimentos, material adequado, entre outras coisas.
O Instituto Chico Mendes conduziu por anos, uma pesquisa interessantíssima sobre os tatus bola, não há informações sobre o status dessa pesquisa no momento, até porque o ICMBIO vem sendo a alguns anos fortemente desmantelado pelo novo governo, o que é uma pena pois é uma das instituições mais fortes na temática ambiental em toda a América, é um exemplo de pesquisa e responsabilidade com o nosso meio ambiente, com a nossa flora e fauna, afinal o Brasil deve estudar as suas riquezas naturais, exaltar e preservar, pelo menos é isso que deveria acontecer em um país sério. Vemos muitos países desenvolvidos que exploraram o seu meio ambiente por anos e que agora lutam para reverter esse quadro, a França por exemplo é atualmente um dos países da Europa que mais possui área preservada, muito que foi derrubado em séculos, em algumas décadas vem sendo restituído em forma de parques e áreas de preservação, existem por lá muitos projetos que vem sendo extremamente bem sucedidos de reflorestamento, por aqui seguimos com a esperança de que não seja tudo perdido em um ponto irreversível, porque se tem uma coisa que a natureza já nos mostrou é que quando ela agoniza, o ser humano também, tudo está em uma grande interligação, coisas que podem parecer pequenas podem nos afetar, direta ou indiretamente mais cedo ou mais tarde, na nossa água, nos nosso alimentos, no nosso ar e em muitas outras questões.
