Essa definitivamente é uma pergunta muito curiosa, uma vez que a grande maioria esmagadora das pessoas acha que a fêmea do pássaro pardal é chamada apenas de pardal fêmea, certo? Não muito errado, uma vez que a maneira correta de se referir à ela é chamando-a por pardoca, isso mesmo, esse nome completamente incomum e que muitas pessoas sequer ouviram durante as suas vidas é a maneira exata tal como se deve chamar esse pássaro fêmea.
As pardocas muitas vezes não recebem a atenção que merecem, o fato é que elas fazem parte de uma das espécies mais comuns em todo o mundo, sim em todo o mundo, uma vez que eles não vivem somente em terras brasileiras, pois sequer são nativos da nossa fauna, pelo contrário os pardais são animais que foram introduzidos por aqui.
A introdução desse grupo de pássaros aconteceu no início do século XX, por volta do ano de 1905, inicialmente e principalmente essa introdução começou pela região do estado do Rio de Janeiro. Há algumas teorias sobre qual teria sido o verdadeiro e real motivo dos pardais e pardocas terem sido trazidos ao Brasil, entre essas teorias algumas são mais fortes, tal como o fato desses pássaros terem sido trazidos para acabar com pragas urbanas e o fato deles enfeitarem as cidades.
Nesta época, no início do século XX os pardais eram aves muito comuns em uma cidade que estava muito em alta, que já era um dos principais destinos mundiais (e que inclusive continua sendo até os dias de hoje), essa cidade é Paris, a principal metrópole da França, por lá os pardais e pardocas eram vistos aos montes, voando para todos os lados. O fato de que as pessoas que visitavam Paris ficavam encantados com a cidade, com a região, com os seus atrativos, contribuíam para que as pessoas também achassem lindos os pássaros que por lá voavam.
Acredita-se que o prefeito do Rio de Janeiro nesta época, que tinha se encantado por Paris na sua mais recente viagem para terras francesas, pretendia trazer um pouco do seu encanto para a capital carioca e por esse motivo mandou importar algumas dezenas de pares de pássaros, tanto macho quanto fêmeas, para que assim também eles pudessem procriar e continuar sua linhagem no Brasil.
A outra teoria forte sobre a introdução dos pardais no nosso território diz que esses pequenos pássaros foram trazidos como uma medida de saúde pública, para serem usados como uma forma de controle biológico. Ainda está um pouco confuso? Pois vamos explicar um pouco melhor.
Os pardais eram famosos por comer pequenos insetos invertebrados e até alguns vertebrados um pouco maiores, devido à essa sua fama o prefeito do Rio de Janeiro, juntamente com o secretário de saúde da sua gestão, que era ninguém menos que o grande Oswaldo Cruz, decidiram por importar essa ave para o Brasil, mais especificamente para algumas regiões cariocas, que naquela época lutavam contra muitas doenças como a doença de chagas, muitas das quais eram causadas pelo que chamavam na época de pragas urbanas.
Quando este pássaro chegou ao Rio de Janeiro, ele foi introduzido em um meio ambiente diferente do seu original, mas como são altamente flexíveis rapidamente eles se adaptaram ao nosso país e se espalharam por todo o nosso território, ao mesmo tempo em que os pardais chegaram gradualmente os casos de doenças também foram diminuindo, mas não se sabe ao certo se o motivo disso acontecer realmente foram os pássaros, uma vez que muitas medidas, até algumas bem drásticas foram tomadas ao mesmo tempo sobre o comando do sanitarista Oswaldo Cruz.
Pardais E Pardocas No Brasil
Não demorou muito tempo para esses pássaros se sentirem bem brasileirinhos, no entanto, uma discussão que se tem até hoje é sobre quais são as consequências desses pássaros terem vindo para nossas terras, uma vez que ele tomou conta de muitas regiões, não somente isso, mas também se tornou altamente predominante em alguns lugares, com isso um efeito ruim também acontece que é o de inibição da fauna local.
A fauna nativa perdeu muito espaço para o pardal, uma vez que a sua rápida e constante reprodução dá origem à muitos descendentes e sua população cresce bem rápido, no entanto, devemos considerar também que o pardal vive muito mais nas cidades do que nas florestas em si, inclusive por esse motivo ele é considerado uma ave urbana, muito mais do que uma ave de floresta, portanto, a sua competição é muito mais com a fauna urbana, tal como um outro pássaro de características médias consideravelmente semelhantes, que é o sabiá, o nosso passarinhão tipicamente brasileiro.
A sua reprodução geralmente ocorre com um único parceiro durante um período de tempo, em uma primavera por exemplo, após esse tempo e antes do início do próximo período de reprodução esse parceiro pode mudar ou não. Durante uma temporada de reprodução ele pode ter uma média de 4 ninhadas, cada uma delas também tem uma média de mais ou menos 4 ovos colocados.
Pardoca
A pardoca possui algumas características diferentes do pardal, todos os indivíduos da espécie possuem uma certa diferenciação entre os dois gêneros, masculino e feminino. Os atributos que mais se destacam entre eles são o tamanho, uma vez que a pardoca é menor, além disso, enquanto que o macho é cinza escuro na região do píleo, a fêmea apresenta uma coloração mais parda no mesmo local.
Outra distinção física é que os machos geralmente têm manchas pretas em suas penas próximo ao pescoço, assim como um bico preto também é comum, já as pardocas não os tem. As asas das fêmeas são um marrom mais escuro, normalmente chamado de pardo, diferente da cor mais chocolate das asas dos machos. É comum também que as pardocas tenham algumas penas mais claras, em um tom branco logo abaixo dos seus olhos, nesta mesma região os machos muitas vezes apresentam penas escuras. Vale lembrar também que esses pássaros quando nascem não tem nenhuma pena, mas após alguns poucos dias elas já começam a aparecer e em pouco tempo já é possível distingui-los.