Assim como os outros urubus, ele é um carniceiro. Ou seja, desliza nas grandes correntes de ar, conservando energia com o vôo para gastá-la na busca por alimento. Seu alimento são animais mortos em florestas ou savanas. Claro que possuem um olfato aguçado e uma visão espetacular. Especialmente por ter esse hábito alimentar, ele ocupa um nicho ecológico importantíssimo para a natureza, ajudando a prevenir a disseminação de doenças e limpando o ambiente.
O nome em inglês é King Volture e seu nome científico é Sarcoramphus papa. Pertence ao filo Chordata, a classe Aves, ordem Accipitriformes, família Cathartidae, Gênero Sarcoramphus.
Os urubus-rei possuem um visual muito colorido que os dintingue de seus parentes. São predominantemente brancos, com caudas pretas e pontas das asas pretas. A cabeça e o pescoço possuem as cores amarelo, laranja e vermelho. O urubu possui uma crista dourada bem visível acima do bico que se forma até os quatro anos da ave.
Sobre a Espécie
Distribuição e Habitat
A espécie habita uma grande área entre o sul do México e o norte da argentina. Habita principalmente florestas tropicais de baixa altitude, bem como savanas e campos. Muitas vezes também é visto em pântanos ou lugares pantanosos próximos à florestas.
Reprodução
Pouco se sabe sobre o comportamento reprodutivo do urubu-rei na natureza, mas em cativeiro sabe-se sobre, especialmente no Zoológico de Paris. Um urubu adulto amadurece sexualmente quando tem cerca de quatro ou cinco anos de idade. As fêmeas amadurecem antes. A estação seca é a época reprodutiva dos urubus-rei. Após reproduzir, o urubu fêmea bota apenas um ovo branco em ninho escondido em cavidade da árvore, para evitar predadores. Os pais compartilham a tarefa de incubação e ninhada até o filhote ter mais de uma semana de idade. De um a três meses de idade os filhotes conseguem andar e fazer os primeiros vôos.
Alimentação
Por ser um comedor de carniça, o urubu-rei come de tudo, desde carcaças de gado até peixes encalhados. Costuma localizar o alimento utilizando-se da visão, porem o cheiro tem sido questionado entre os cientistas, já que alguns conseguem encontrar comida em uma floresta densa, onde não há espaço vazio para ter visão de um alimento a longa distância. Também se alimenta de frutos caídos, apesar de ser predominantemente carnívoro.
Fatos Curiosos Sobre O Urubu-Rei
Ao contrário de muitos outros urubus, ele não possui cílios.
Podem crescer até cerca de 2,5 metros de altura e pesar até oito quilos, isso o torna o maior urubu do mundo.
A carne estranha que salta do bico do urubu-rei é chamada de carúnculo. Tanto o macho quanto a fêmea possuem. Não se sabe a função ainda e isso incomoda os cientistas.
Conservação da Espécie
Essa espécie não costumava preocupar a União Internacional para Conservação da natureza, pois com um alcance de 14 milhões de quilômetros quadrados, estimava-se uma população de 10 a 100 mil indivíduos selvagens. No entanto, ultimamente surgiram evidências de um declínio na população de urubus-rei. Embora ainda não seja significativo, pode-se começar a pesquisar os motivos para que corrija o problema antes que a espécie fique em risco de extinção.
Recentemente uma notícia da revista Super Interessante trouxe motivo de preocupação. Os urubus podem estar desaparecendo do mapa. Parece que o grupo é o que mais sobre risco de extinção entre todas as aves do planeta.
Os biólogos estavam intrigados com o declínio na população de urubus. Então um time de pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, fez um estudo para entender. As aves carniceiras podem ser carniceiras opcionais ou obrigatórias. O urubu-rei é um carniceiro obrigatório, apesar de comer frutos, ele necessita dos nutrientes das carnes, então ele precisa continuar consumindo as carniças.
E é aí que reside o grande problema. Os humanos estão contaminando os animais com remédios. Principalmente uma droga anti-inflamatória bovina chamada Diclofenac, que causa problemas hepáticos em aves. Então os urubus-rei se alimentam das carcaças dos gados e acabam sendo intoxicados. Além disso, a intoxicação dos urubus vêm também de inseticidas, raticidas e outros venenos que são passados a cada nível trófico em uma teia alimentar. E quem sofre mais? Quem está no topo da cadeia alimentar, ou seja, os carniceiros, que acumulam todas as toxinas da teia. Para deixar claro: em 2017, uma carcaça de elefante matou no mínimo seiscentas aves intoxicadas, na Namíbia.
E pra quem não se importa muito com essa diminuição na população de urubus, e possível extinção da espécie, é melhor começar a se preocupar. O fim doa urubus poderia levar a uma disseminação gigantesca de pragas e epidemias de doenças. Eles são essenciais para limpar o ambiente e fechar o ciclo das cadeias ecológicas. Sem eles a decomposição levaria muito mais tempo, além de contaminar o ambiente com as toxinas e doenças das carcaças.
A solução é simples entretanto praticamente impossível de resolver. Um paradoxo. Os governos devem proibir a produção e a comercialização das substâncias que são tóxicas as aves.