A saracura-três-potes cientificamente denominada “Aramides cajanea” é uma ave também conhecida por pone-pone, saracura-do-brejo, cocaleca, sericóia, sericora, chirincoco e três-potes.
É encontrada em todo o território brasileiro, assim como na Argentina e o no México.
Descrição
A saracura-três-potes é uma ave de porte médio, semelhante a uma pequena galinha, seu tamanho médio quando adulta é de 25 até 30 centímetros e seu peso chega a 500 gramas. Possuem as pernas e os pés vermelhos, e o tarso, parte posterior dos pés, é maior que o seu dedo médio. A saracura-três-potes tem o pescoço e a cabeça cinza, o abdômen preto, o dorso castanho-ferruginoso e o biso é de um tom amarelo esverdeado. Os machos e as fêmeas dessa espécie são muito semelhantes, tornando impossível diferenciar o sexo dos animais apenas pela aparência, é necessário examiná-los.
Seu habitat é as margens dos rios, igarapés e de lagos, nos manguezais e pântanos, nas plantações de cana, nas matas úmidas e altas, além de outros lugares sempre com abundancia de água. Seus ninhos são construídos normalmente em lugares de difícil acesso, no meio dos juncos, em tramas e galhadas de arvores caídas ou ainda em emaranhados de cipós. Em cada postura são em média 4 ovos brancos com pintas marrons, seus filhotes tem a cabeça avermelhada e o corpo preto.
Características
A base da alimentação das saracuras são peixes e crustáceos, mas também comem larvas, insetos, capim e brotos de milho, o que faz com caiam com muita facilidade em arapucas preparadas com milho. São aves desajeitadas e nervosas, tem o costume de balançar e empinar constantemente a sua pequena cauda, demonstrando sua inquietude.
As saracuras-três-potes quase nunca são encontradas sozinhas, vivem em bandos pequenos e passam a maior parte do dia escondidas e em silêncio, normalmente saindo em busca de alimento ao fim da tarde, podendo pilhar os ovos do ninho de outras aves. Quando a saracura se assunta ou é espantada pode correr ou levantar vôo, seus vôos, no entanto são curtos e desajeitados, pois ela não encolhe as pernas que ficam penduradas. Seu canto que pode ser traduzido assim: “três-potes – um coco – um coco”, num dueto entre o macho e a fêmea, e que segundo a sabedoria popular, é um aviso certeiro de chuva que se aproxima.
No período de sua reprodução as saracuras também podem cantar durante a madrugada e durante a noite por longos minutos, repetidas vezes. O canto da saracura é uma de suas características mais marcantes, ele pode durar vários minutos e é responsável pela origem ao seu nome, Na maioria das vezes o canto de uma saracura é respondido prontamente pelo seu companheiro ou por outras saracuras-três-potes que se encontram em bandos mais distantes.