Os ambientes naturais estão sendo transformados com a chegada do processo de urbanização, resultando, dessa forma, uma paisagem variável. Quanto maior é o número de construções, maiores são as mudanças no comportamento das espécies animais e também no meio ambiente.
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Nessa mudança toda, o pouco de vegetal que podemos encontrar em áreas de vias públicas, casas e quintais são sempre muito recebidos. Qualquer área vegetal no meio da área urbana pode dar o mínimo de equilíbrio possível.
Diante de todas essas mudanças, algumas espécies acabam se adaptando as áreas urbanas, em alguns casos, até mesmo demonstrando-se com afinidade nessa área modificada. Neste caso, chamamos de sinantrópica, que significa que é um amigo do homem, e neste caso, esses seres se adaptam bem a nova realidade.
As Mudanças no Habitat das Aves
Existem alguns fatores que fazem com que essas espécies mudem os seus hábitos, como por exemplo, fazendo ninhos em lugares que estão “disponíveis”. Um exemplo, nas cavidades artificiais, como atrai a corruíra. Nestes lugares, a quantidade de vegetais é bem grande e por isso, se tornam mais atrativos, de flores a frutos, com algumas espécies exóticas.
Além disso, outro ponto que atrai as chamadas aves urbanas ou faz com que outras se adaptem é a arborização nas cidades. É de extrema importância para conservar a fauna. O conselho é que restos de alimentos sejam usados para atrair algumas espécies, como o pardal. Vale ressaltar que essa proximidade também faz com que aumente o número de predadores, como por exemplo, o gavião-peneira e os ratos.
Para atrair as aves para as áreas urbanas também podemos usar simples práticas, como por exemplo, colocar fontes de alimentos e água para beija-flores. Ou ainda, colocar algumas caixas para que sirvam de ninhos. Isso serve para que aumente a população das árvores em centros urbanos. Mas, se de um lado conseguimos manter e aumentar a quantidade de determinadas aves nas cidades, do outro, algumas tendem a sumir, pois tiveram o seu ambiente natural modificado. Ou podem ter simplesmente tido a alimentação e a reprodução afetados.
A Presença das Aves nas Áreas Urbanas
A presença das aves nas áreas urbanas depende de uma série de fatores e o principal deles, é o quanto o ambiente foi modificado e o quanto é possível fazer a manutenção para adequá-lo.
Com o aumento da população nas cidades, a verticalização das construções, algumas espécies não encontram modo de se reproduzir. Porém, alguns conceitos devem ser observados e esclarecidos. Quando se fala em “aves urbanas”, que é um conceito, estamos falando de árvores que podem ser vistas na cidade, porém, não é a forma apropriada de usar esse termo. Ele não faz referência as aves levando em consideração se são campestres ou próprias daquele ambiente, por exemplo.
Apesar desses “desencontros” entre o que é correto ou não correto, falando de termos, é verdade afirmar que algumas aves se encontram bem no ambiente urbano. A afinidade é tão grande que eles conseguem ter um aumento significativo nas densidades populacionais. Veja uma tabela que demonstra a diferença nas densidades populacionais. Nela você pode observar os vários graus de sinantropia.
- Ambiente Natural: inexistente; Ambiente Urbano: presente; Classificação: espécie urbana
- Ambiente Natural: existente; Ambiente Urbano: inexistente; Classificação: espécie selvagem
- Ambiente Natural: mais densa; Ambiente Urbano: menos densa; Classificação: espécie resiliente
- Ambiente Natural: menos densa; Espécie Sinantrópica
A Cidade e as Aves
A cidade para os olhos das aves é uma savana, vegetação, árvores, mas colocados de forma dispersa. Neste ambiente, se encontram muitas árvores, que são chamadas de aves urbanas.
Alguns estudos, porém, demonstram que algumas aves que viviam em determinado local, que foi modificado, chegou a urbanização, não resistiram e acabaram desaparecendo. Neste caso, elas podem ser vistas em casos raríssimos. Em muitos casos, são usados como bioindicadores para saber como está sendo o processo da mudança ambiental.
Outro fator que influencia nas aves urbanas brasileiras de estarem ou não em um determinado lugar é o alimento. A distribuição das espécies é feita com base nos alimentos que eles podem consumir.
Quanto mais na cidade se reduz os espaços verdes, menos insetos são produzidos e menos alimentos sobram para as aves insetívoras. Do outro lado, as árvores frutíferas que são escolhidas para plantar, aquelas que enfeitam as ruas, são algumas das práticas para tentar compensar a falta dos insetos e suas consequências.
Através de um método chamado de guildas é feita uma análise dos grupos de espécies daqueles que possuem os hábitos alimentares semelhantes. Além de observarem que tipo de alimentos esses animais consomem.
De acordo com os dados dessas observações, notou-se que as aves urbanas que têm mais chance de sobreviver são aquelas que possuem hábitos onívoros, que significa que ingerem qualquer tipo de alimento. Além dessas espécies, a também frugívoros.
Mais Sobre as Aves Urbanas
As aves urbanas de pequeno porte que gostam de insetos para se alimentarem, preferem ficar em ruas e praças arborizadas, podemos citar como exemplos, o teque-teque e a risadinha.
Um perigo grande é acabar acumulando muitos detritos urbanos na cidade, pois se tornam lugares escolhidos pelas populações de urubu. Além disso, também podemos avistar perto desses lugares, as aves chamadas de piscívoras, que também gostam de áreas de lagos piscosos.
Algumas espécies exóticas também acabam na cidade, normalmente, depois que conseguem fugir do cativeiro. Um dos lugares que é um bom exemplo, para encontrar essas espécies exóticas é o Parque do Ibirapuera, na cidade de São Paulo.
Um exemplo de como algumas aves podem se tornar urbanas, citamos os cardeais, que depois de serem encontrados em cativeiro, foram soltos no parque de São Paulo e estão crescendo muito bem. Não só no Ibirapuera, mas em outras áreas com verde da cidade.
Algumas espécies raras e até mesmo outras que estão ameaçadas de desaparecerem podem ser vistas em algumas áreas da cidade, que estão rodeada de verde. Acredita-se que essas aves urbanas usem os grandes centros como uma espécie de “caminho” das suas rotas migratórias. Estudos ainda estão sendo feitos sobre o assunto, que não tem um relatório definitivo.