Periquito-da-Carolina (Conuropsis Carolinensis): Ave Extinta

A História De Uma Ave Extinta

O Periquito-da-Carolina (Conuropsis carolinensis) é uma ave extinta que era encontrada na região leste dos Estados Unidos. Os espécimes desse periquito eram vistos desde o Golfo do México até os Grandes Lagos. A primeira vez que essa espécie foi descrita foi em 1758 por Lineu. O desaparecimento da espécie aconteceu em 1918, trata-se do único psitaciforme endêmico (que nasceu no lugar) da América do Norte.

A descrição dessa ave diz que os seus espécimes eram coloridos com uma plumagem verde com uma parte mais clara na zona ventral como a cabeça, coxas, pescoço e na borda das suas asas que também tinham um tom amarelo. As bochechas, o entorno dos olhos e a testa tinham um tom de laranja vivo.

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A Subespécie C. Carolinensis Ludovicianus

A subespécie, C. carolinensis ludovicianus, era encontrada mais a oeste e possuía uma plumagem em tons de verde azulado. Essas aves tinham pequeno porte, mais ou menos 20 cm de envergadura e 15 cm de comprimento médio da cauda. Comparativamente as fêmeas era ligeiramente menores.

Como Era a Vida Do Periquito-da-Carolina (Conuropsis Carolinensis)

No que concerne a alimentação essas aves colhiam sementes do chão. Era uma espécie de aves gregárias que costumavam viver em bandos compostos por centenas de indivíduos.

Os hábitos do Periquito-da-Carolina em relação à reprodução são desconhecidos, mas alguns relatos do século XIX dizem que eles construíam ninhos simples nos troncos de árvores ocos. O que se sabe com certeza é que as fêmeas botavam os seus ovos nos troncos de árvores.

A Extinção

Quando os colonos, vindos da Europa em busca de uma vida nova na América do Norte, chegaram no final do século XVII os ecossistemas da costa leste acabaram sendo radicalmente modificados.

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A região foi amplamente desenvolvida o que significa que floretas foram devastadas e pântanos foram drenados para que pudessem dar lugar a campos agrícolas. Por mais curioso que possa parecer as mudanças no ecossistema não foram as culpadas pelo desaparecimento do Periquito-da-Carolina uma vez que até os favoreceram.

As aves que se alimentavam de sementes passaram a se alimentar das sementeiras dos colonos. Claro que esses colonos não gostaram da ideia de que aves simplesmente atacassem as suas sementeiras e pomares. Assim começou o triste capítulo dessa história de extinção, pois os colonos passaram a matar as aves em centenas de uma vez.

Periquito-da-Carolina – Uma Praga

Os pássaros começaram a ser vistos como uma praga que precisa ser combatida com as armas. Para se ter uma ideia John James Audubon enviou uma carta para o editor do livro The Birds of America em que contou para este que baseou os desenhos da espécie nos pássaros mortos pelo seu vizinho.

Os periquitos foram tidos como uma praga e assim começaram a ser intensamente caçados até que se tornaram raros. Os últimos periquitos que estavam em liberdade foram mortos em abril de 1904. Muitos exemplares de Periquito-da-Carolina já estavam em Jardins Zoológicos nesse momento, porém, a reprodução em cativeiro dessa espécie nunca foi bem sucedida.

Dessa forma a espécie que estava extinta na natureza foi extinta para sempre quando o último macho chamado de Incas morreu no dia 21 de Fevereiro de 1918 no Jardim Zoológico de Cincinnati. Aliás, nesse jardim zoológico também morreu o último espécime de pombo-passageiro.

Atualmente, existem cerca de 720 espécimes conservados em coleções distribuídas em todo o mundo ou então em museus.

Avanço Da Ciência – Espécies Extintas Podem Voltar a Vida

A ciência tem avançado a passos largos nos últimos anos e assim novas técnicas de clonagem e conhecimentos de biologia molecular abrem novas perspectivas. Um desses horizontes aponta para a chamada biologia de conservação. A principal questão gira em torno da “desextinção” que basicamente consiste em trazer de volta a vida espécies que foram extintas.

Pode parecer enredo de filme (Jurassic Park segue essa premissa), mas essa possibilidade se torna cada vez mais concreta para a ciência. Nesse ponto começa a discussão a respeito da ética e das consequências a respeito de “desextinção”. As principais questões que surgem são se for mesmo possível trazer de volta a vida uma espécie extinta, devemos fazer isso?

Haveria e quais seriam as consequências disso para os animais que ainda não foram extintos? É melhor investir na desextinção ou em conservar as espécies ameaçadas que ainda resistem? No dia 15 de março de 2013 cientistas se reuniram em Washington, D.C para discutir essas questões.

Dentre os projetos que os pesquisadores apresentaram estavam o de trazer de volta a vida o tigre-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus), pombo-passageiro (Ectopistes migratorius), mamute (Mammuthus primigenius) e o auroque (Bos primigenius). Mesmo sem ninguém ter apresentado um projeto específico para o Periquito-da-Carolina (Conuropsis carolinensis) trata-se de uma espécie cotada uma vez que foi extinta em 1918.

Periquito-da-Carolina No Museu Carlos Machado Em Açores

Como já dissemos a espécie Periquito-da-Carolina (Conuropsis carolinensis) foi extinta em 1918, mas ainda é possível conferir alguns exemplares conservados dessa bela ave. Um local em que isso é possível é o Museu Carlos Machado que fica em Açores (um território transcontinental que faz parte de Portugal).

O exemplar de Periquito-da-Carolina faz parte da coleção de História Natural do Museu e se trata de um item valioso e interessante uma vez que se conhece apenas cerca de 720 espécimes conservados. A extinção da ave se deve a muitos fatores, porém, o principal foi a caçada armada empreendida pelos colonos europeus a partir do século XVII.

Os periquitos dessa espécie quando tiveram o seu habitat natural devastado (as florestas) precisaram procurar novas fontes de alimentos e se deparam com as sementes dos colonos, os mesmos que devastaram o habitat das aves. Tratados como uma praga da plantação essas aves não tiveram chance e acabaram sendo mortas as centenas de uma única vez.

Reflexões Sobre a Extinção Do Periquito-da-Carolina

Podemos observar que a história da extinção do Periquito-da-Carolina infelizmente se repete em todo o planeta e reflete como a ação do homem é danosa e irremediável em alguns casos. Foi o homem quem devastou o habitat dessas aves e foi o homem que pegou em armas para matar os pássaros que buscavam alimentos.

A existência desse espécime em exposição no Museu Carlos Machado reflete de certa forma o espírito dos colonos europeus do século XIX que gostavam de ostentar um exemplara raro e exótico.

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Categoria(s) do artigo:
Aves

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