Tudo Sobre Tartarugas Marinhas

As tartarugas marinhas apresentam diversas espécies em todo o mundo. Só no Brasil, há cinco delas espalhadas ao longo de quase todo o nosso território litoral. Elas se enquadram na ordem biológica dos Testudines, que apresenta as seguintes famílias: a dos Dermochelydae (representadas pelas Dermochelys coriacea) e a dos Cheloniidae (representado pelas Caretta caretta, as Chelonia mydas, as Eretmochelys imbricata, as Natator depressus e as Lepidochelys que, por sua vez, apresentam duas divisões, as Lepidochelys kempii e as Lepidochelys olivacea). Sendo assim, somando todas, há uma totalidade de sete espécies distribuídas em seis gêneros diferentes.

As que existem aqui no Brasil são as seguintes: a chamada “tartaruga de couro”, cuja espécie é a Dermochelys coriacea, a “tartaruga de oliva”, da espécie Lepidochelys olivacea, a “tartaruga cabeçuda”, que pertence à espécie Caretta caretta, a “tartaruga de pente”, cuja espécie é a das Eretmochelys imbricata e, por fim, as que pertencem à espécie das Chelonia mydas, que são mais conhecidas como “tartarugas verdes”.

As principais características que diferem as tartarugas marinhas das tartarugas terrestres são o fato de elas possuírem grandes adaptações hidrodinâmicas, o que é muito óbvio, por sinal. No entanto, as tartarugas marinhas ainda apresentam mais adaptações do que as tartarugas de água doce, justamente por viverem em condições de concentrações salinas altas. Acredita-se que esses répteis de água salgada existam na Terra há mais de cento e oitenta milhões de anos e que seriam um tipo de evolução das tartarugas de água doce, inclusive.

Isso porque, além de apresentarem um formato com a sua carapaça mais achatada para manter uma estrutura mais hidrodinâmica, o que também acaba deixando-as mais leves e por apresentarem capacidades visuais, auditivas e olfativas mesmo dentro da água, assim como as tartarugas de água doce, as tartarugas marinhas ainda apresentam as chamadas “glândulas de sal”, que como o seu próprio nome já sugere, são glândulas que promovem a sua adaptação nas águas marinhas salinas e que se situam perto de seus olhos. Ao contrário do que poderíamos imaginar, as tartarugas marinhas apresentam pulmões, mas também apresentam um tipo de respiração acessória, o que permite que elas consigam se manter em baixo da água por longos períodos de tempo, seja para a busca de alimento, seja para se manter em repouso. Essa respiração acessória consiste em sua capacidade de trocar gases com o ambiente com a sua cloaca e com a faringe também. Isso também permite que isso seja possível é o fato de suas taxas metabólicas serem bastante baixas, o que faz com que elas demandem de pouco oxigênio para se manterem vivas, além de também apresentarem um mecanismo que faz com que o oxigênio que elas obtêm se distribuam de uma maneira mais eficiente ao longo de seu corpo.

As tartarugas marinhas são bastante conhecidas pelo fato de realizarem movimentos migratórios ao logo do ano e o que é mais interessante nisso é o fato de elas se orientarem com o auxílio do magnetismo existente no globo terrestre. Esse deslocamento se dá devido ao seu período reprodutivo e à necessidade de se deslocarem para locais específicos para a realização de desovas. As desovas ocorrem, no geral, em um período que vai desde o mês de setembro de um ano até o mês de abril do ano seguinte, caso ocorram nas praias do continente e, caso ocorra em ilhas oceânicas, esse período se altera para o mês de dezembro de um ano até o mês de junho do ano seguinte. De uma maneira geral, o local de reprodução das tartarugas marinhas acaba sendo, em sua maioria, tanto em regiões tropicais, quanto em regiões subtropicais também, dependendo da variação de temperatura do local, na realidade.

Elas se alimentam basicamente de celenterados, algas, crustáceos, zooplâncton e algumas espécies de peixes pequenos. Quanto à sua reprodução, as fêmeas atingem a sua maturidade sexual apenas quando chegam a aproximadamente trinta anos e podem, inclusive, realizar mais de uma desova na mesma temporada, isto é, os seus ciclos reprodutivos podem ser irregulares ou até mesmo apresentarem regulação de uma vez por ano ou serem bienais ou até mesmo trienais. O que é mais interessante nas tartarugas marinhas é o fato de a temperatura do ambiente determinar o sexo dos indivíduos, além de também influenciar fortemente no crescimento dos filhotes, nos períodos de incubação dos ovos e no nascimento. Isso é de suma importância para a manutenção da espécie, uma vez que estimativas apontam que a cada cem filhotes que nascem, apenas um dentre todos eles conseguirá atingir a vida adulta. Quanto à sua estrutura, elas podem atingir cerca de dois metros de comprimento e até um metro e meio de largura, o que vai variar um pouco dependendo da espécie de tartaruga marinha que se tratar.

O chamado Projeto Tarataruga Marinha, mais conhecido como Projeto Tamar é um projeto criado nos anos 1980 e é conhecido e reconhecido em todo o mundo e que tem como principal finalidade realizar a proteção das tartarugas marinhas, o que se iniciou com a proteção das que estavam sendo ameaçadas de extinção, mas que, atualmente, inclui todas as espécies de tartarugas marinhas pelo fato de, infelizmente, todas estarem em situação de ameaça. Isso ocorreu porque o que mais acaba afetando a reprodução e a manutenção de um número ideal de indivíduos nas águas marinhas são o desenvolvimento extremamente acelerado das regiões costeiras, além das atividades predatórias, mesmo de pesca, o que altera a cadeia alimentar de maneira drástica, até a captura das próprias tartarugas, seja para o consumo de sua carne, seja para o consumo de sua gordura. Ademais, como já é demasiado sabido, a poluição e as alterações climáticas também são fatores cruciais para manter e agravar a situação de ameaça a que esses animais estão submetidos.

A missão do Projeto Tamar é, além de promover a proteção das tartarugas marinhas é também o de realizar pesquisas que estejam relacionadas com esses animais. É graças a esse projeto que existem mais de mil quilômetros de praias protegidas ao longo do litoral brasileiro, o que abrange nove estados, além de também proteger cerca de vinte e cinco áreas específicas que são utilizadas pelas tartarugas tanto para sua alimentação e seu descanso quanto para a sua desova. Além de tudo isso, o projeto ainda promove algumas ações de educação permanente, principalmente na tentativa de educar a população local e os turistas também, sobre o ciclo de vida das tartarugas e sobre a importância de sua preservação. O dia da tartaruga marinha é o 16 de junho, que é uma data muito comemorada por esse projeto.

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