O Problema do Atropelamento dos Animais Silvestres

Com o aumento da população, os animais acabaram perdendo o precioso espaço de seu habitat e, com isso, ficaram delegados a estreitas áreas, e, em muitos casos, cortadas por autoestradas, o que vem a colocar em risco sua integridade física.

Você tem ideia de que o que mais causa a morte, no Brasil, de animais silvestres é o atropelamento. Um apontamento divulgado através da Universidade Federal de Lavras, o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas, em Minas Gerais, apontou um assustador dado: no decorrer de um ano aproximadamente cinco milhões de animais de grande porte, como por exemplo, uma anta, acabam mortos nas estradas do Brasil. E, se levarmos em consideração  os animais de porte pequeno, como cobras, sapos, e aves, este número causa ainda muito mais impressão.

No norte do Espírito Santo, um santuário da Mata Atlântica, perfeito refúgio para diversos animais, se não houvesse a existência de uma estrada. No lugar, atravessa uma das mais movimentadas rodovias do Brasil, a BR-101, que liga a região Nordeste ao Sul. Pode-se dizer que há aproximadamente 25 quilômetros de perigo constante aos animais que transita pela reserva biológica de Sooretama e 03 outras áreas de cuidado no Espírito Santo.

Muitos animais silvestres que habitam o lugar são de espécies que se encontram em risco de extinção. Tal qual onças pardas que são atropeladas e mortas. Pequenos ou grandes animais. O recolhimento das vítimas faz parte do cotidiano dos fiscais do Instituto Chico Mendes. Segundo esses fiscais, já chegaram a recolher algo em torno de duzentos animais num trecho de dez quilômetros fora e dentro da reserva num único dia.

Os veículos que trafegam em alta velocidade não podem ser considerados como ameaça apenas aos animais. Há 189 áreas de conservação que são cortadas por rodovias em todo o Brasil. Ao todo são quinze mil quilômetros de estradas atravessando áreas de preservação ambiental.

Em muitos casos, essas estradas são construídas em lugares onde há animais vivendo ao lado e do lado oposto há região de alimentação, de reprodução ou ainda é parte integrante da área normal de vida dele. E por isso, o animal é obrigado a atravessar a rodovia e tende a ser atropelado. Essa situação resulta num horrendo massacre: são quase quinze animais atropelados a cada segundo no Brasil.

Isso quer dizer que são 475 milhões de animais silvestres atropelados anualmente em nosso país. Quase 90% disso, quatrocentos e tantos milhões, são vertebrados pequenos. Em razão disso não é percebido. São aves pequenas, sapinhos, rãs, que os motoristas não têm noção de que estão atropelando.

Além dos animais pequenos, morrem 40 milhões de animais de porte médio como lebres, gambás, e macacos. Outros cinco milhões de animais são de porte grande como lobo, onça, capivaras e antas.

Para se ter uma noção mais completa da situação, passou a ser usada a tecnologia. Através de um aplicativo para celular denominado Urubu, que conta com o auxilio dos motoristas para conseguir receber informações através das rodovias espalhadas pelo Brasil. Sempre que se estiver em viagem e encontrar um animal silvestre atropelado, tira-se uma fotografia e envia-se pelo aplicativo. Em aproximadamente um ano, tal sistema já assimilou 7,5 mil fotografias de animais atropelados.

Mas existem maneiras de diminuir o drama. Uma Organização não Governamental do interior de São Paulo acode e trata de animais silvestres atropelados nos arredores de Jundiaí. Com isso, pode-se perceber que diversos animais recolhidos tinham sido vitimas de atropelamento. Mais ou menos 20% é o aumento da média de animais atropelados.

Alguns animais ainda passam por um período de recuperação, especialmente aqueles que passam por fraturas de costela e de patas. Tais atropelamentos são tão graves que, em determinados casos os animais podem demorar mais de um ano para terem uma recuperação completa e poderem ser reintroduzidos na natureza.

O foco dessa ONG está no recebimento dos animais, oferecendo os primeiros socorros com o único e exclusivo objetivo de devolvê-los ao habitat natural. De forma que possam viver em liberdade, mas recuperados plenamente de seus ferimentos.

Na outra parte do Estado, há outra ação que serve de exemplo na Rodovia Raposo Tavares: foram construídos tuneis para que os animais possam atravessar a rodovia de forma segura. Essas passagens procurar levar em consideração o comportamento dos animais, já que há espécies que possuem predileção por usarem aquelas com água, enquanto outras preferem as passagens secas.

Ambientalistas e biólogos que atuam na área correspondente à Reserva de Sooretama pedem que medidas urgentes sejam adotadas, como aquelas da Rodovia Raposo Tavares, que, apesar de simples serão capazes de salvar muitos animais da morte e do sofrimento.

De acordo com pesquisadores, o índice de periculosidade para os animais silvestres aumenta bastante durante a noite. É neste período que a grande maioria sai em busca de alimento. A procura de comida esses animais fogem de seu habitat e culminam por encontrar as rodovias. E em muitos casos esse encontro tende a ser fatal.

Alguns especialistas fazem o monitoramento dos animais através de câmeras espalhadas pela mata. Muitas dessas imagens apontam que determinados animais fazem o possível para evitar passar pela rodovia, pois já perceberam o perigo que correm.

Há o monitoramento de dez túneis na Rodovia Raposo Tavares, em toda a extensão dos 25 quilômetros, aproximadamente onze ou doze espécies o utilizam. E lá em cima, 140 delas acabam sendo atropeladas.

Especialistas ainda pretendem que haja uma sinalização de forma a alertar aos motoristas com maior eficiência e assim os mesmos tenham maior cautela na direção e possam evitar o atropelamento dos animais silvestres. Há também outra atitude a ser tomada de forma emergencial, a diminuição no limite de velocidade.

Como já era de esperar, monitoramento feito nessa faixa de rodovia demonstrou que grande parte dos motoristas que por ali trafegavam estavam acima do limite de velocidade estipulado. Por isso, a conscientização é algo fundamental para que se possa preservar as espécies de animais silvestres que ali vivem.

Portanto, salvar os animais da extinção é uma tarefa de todos nós, se cada um fizer a sua parte o sucesso será garantido.

Os animais povoam a Terra muito antes dos homens, mas perderam totalmente seu espaço sendo obrigados a ficarem em reservas delimitadas, sem poder transitar de um local ao outro, sob pena de serem atropelados ou até mortos.

Nas grandes rodovias que cortam o Brasil, quase sempre há áreas de preservação próximas, onde vivem centenas de espécies, que por ficarem distante da civilização não tem noção do perigo que correm ao atravessarem essas vias.

A maioria dos motoristas não está preocupada com a preservação das espécies silvestres e não respeita os limites de velocidade impostos, o que acaba no atropelamento e morte de diversos animais e aves de nossa fauna, inclusive alguns deles estão na lista dos bichos ameaçados de extinção.

As autoridades tomam poucas medidas contra isso, somente atuam nos níveis de transitação pelas estradas, porém, com a mobilização da sociedade e algumas ONGs muitas coisas foram feitas, como o pedido de instalação de sinais sonoros que alertam o motorista para que tome maior cuidado ao trafegar por determinados trechos das estradas, pois lá sempre passam animais silvestres. Também são negociadas as instalações de lombadas, assim o tráfego fica mais lento e os animais têm chance de sobreviver ao atravessarem as rodovias.

O Problema do Atropelamento dos Animais Silvestres

O Problema do Atropelamento dos Animais Silvestres

Outra causa dos atropelamentos dos animais é o grande desenvolvimento populacional, já que a cidade está invadindo o campo e os bichos ficam sem ter onde morar, por isso, saem em busca de casa e comida, aí acabam sendo vítimas do trânsito e da maldade humana.

O desmatamento causado pelos grandes agricultores e pecuaristas que retiram toda a vegetação nativa para fazer a plantação e pastagem para a criação de gado, também força os animais a saírem de seu habitat natural e muitas vezes frequentar as grandes cidades. Há relatos de onças, macacos e jiboias encontrados em fundo de quintais, uma ameaça aos homens e a eles próprios, pois diferentemente dos animais domésticos, os silvestres não estão acostumados ao enfrentamento com os humanos e sempre levam desvantagem.

De acordo com estudos realizados em outros países, o atropelamento dos animais é uma das grandes causas de extinção das espécies, pois tanto no exterior como no Brasil, anualmente são sacrificados milhares de animais nas estradas e rodovias.

As espécies mais atingidas com os atropelamentos são os mamíferos como macacos, jaguatiricas, o lobo-guará, o tamanduá-bandeira, além dos anfíbios e répteis como o jacaré-do-papo-amarelo, as cobras, sem contar as aves que também são vítimas das estradas.

O único lado bom disso tudo é que os corpos dos animais atropelados estão sendo usados por muitas instituições no estudo e na prevenção de várias doenças que afetam os seres humanos, como leishmaniose e toxoplasmose. Esses parasitas estavam presentes em diversos órgãos desses animais, como baço, pulmão e fígado.

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Curiosidades

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