Todos sabemos que somos feitos daquilo que comemos, não é verdade! Em determinadas situações, podemos levar esta máxima ao pé da letra especialmente nos quadros de cisticercose e teníase, que são infecções surgidas através da ingestão de certos alimentos, principalmente a carne de porco crua ou não adequadamente cozida. Essas doenças são originadas por um verme parasita chamado popularmente de solitária, encontrado especialmente em países da África, Ásia, e América Latina. Seu nome completo, de acordo com a ciência é Taenia Solium.
Larvas na Cabeça
Esse tipo de verme conta com três etapas de vida, a começar pela larva, passando pelo embrião até chegar à fase de verme adulto. Na fase adulta a infecção causada é denominada teníase. Depois de ingerir a carne de porco contaminada, é liberado o embrião no intestino delgado, amadurecendo para a forma adulta.
Através de 04 quatro ventosas e 02 fileiras de ganchos, o verme se prende a parede do intestino e ali fica somente absorvendo o alimento. Desta forma o homem passa a ser hospedeiro do parasita. Os principais sintomas da existência desse hóspede são náuseas, dores de cabeça, perda de peso, falta de apetite, insônia, irritabilidade e fraqueza.
No caso da cisticercose, a infecção acontece através das larvas. Nessa situação, o problema está não somente na carne suína, mas ainda pode se encontrar em legumes, e na infectados pelos ovos da solitária. Esses ovos, no intestino, transformam-se em larvas e podem acabar se hospedando em diversas partes do organismo, como olhos, pulmões, e coração. Porém, a região mais comum do corpo para alojar-se é o cérebro, iniciando assim um processo de neurocisticercose.
Os indicadores de infecção cerebral por Taenia Solium vão dos 60% até os 90%. Além disso, o tempo de incubação pode variar de alguns meses e até mesmo chegar a décadas, porém, grande parte dos infectados apresenta sintomas em até 07 anos depois de expostos ao verme. Uma pessoa infectada pelo verme tende a sofrer com dores de cabeça e apresentar quadros convulsivos, epiléticos e também problemas de locomoção.
Quando ataca a neurocisticercose, pode-se afetar aproximadamente 4% do cérebro. Há 02 tipos de cistos mais habituais: o Cisticerco Racemoso (inflamação intensa e crescimento ativo) e o Cisticerco Celulose (inflamação pequena e fixa). São classificadas no cérebro 04 regiões de infecção. As mais frequentes são a parenquimatosa e a meningeal, com variações de 27% a 63%. Também tem incidência importante a ventricular, contando entre 12% a 18% das infecções com ativo crescimento, enquanto aquelas mistas chegam a 23% dos índices. Felizmente são raros o envolvimento dos nervos periféricos e da medula espinhal.
Prevenção e Tratamento
Assim que a doença é detectada, através de exames de sangue, fezes, tomografia e Ressonância Magnética de Crânio e Liquor Cefaloraquidiano, precisa ser iniciado o tratamento. Há uma terapia apropriada a cada tipo de cisto, especialmente pelas localizações diferentes em que se aloja a larva. No começo, para deixar o verme calcificado, pode-se usar antiparasitários como Praziquantel e Albendazol.
De acordo com a intensidade da doença, também pode ser indicada uma cirurgia, especialmente nos casos de cistos intraventriculares sem ou com acúmulo de líquido, cistos a solta que podem ocasionar efeito compressivo.
Fundamental é a prevenção contra a cisticercose que se firma nas destinadas medidas que visam promover a interrupção das fases de vida das Tênias. A fiscalização adequada da carne entregue ao consumidor e ainda uma campanha intensa de esclarecimento quanto aos fatores de risco a que população está submetida, seriam decisivas medidas na eliminação da doença no Brasil.
Em associação, precisaria haver um dirigido esforço para a alteração dos hábitos inadequados de alimentação e de higiene, que auxiliam na ingestão de ovos de verme.
Berne
Larva na Cabeça
Surge o berne em humanos quando uma larva da mosca varejeira adentra por debaixo da pele, por meio de arranhões ou feridas, ocasionando o aparecimento de uma feridinha na pele que pode provocar inchaço ou dor, coçar, e ainda apresentar vermelhidão na pele.
Quase sempre, as larvas aparecem dentro da pele das pessoas, pois a mosca varejeira coloca seus ovos em cima das feridas que já estão na pele e, ao término de um período, as mesmas nascem e passam a desenvolver-se, e seu alimento principal passa a ser a carne do indivíduo.
Esse tipo de infecção que aparece no ser humano tem cura e seu tratamento precisa ser desenvolvido por um clínico geral para que seja feita a remoção da larva de dentro da pele.
Se tal infecção não for tratada de forma adequada, pode acabar ocasionando o agravamento dos sintomas, já que a sobrevivência da larva dentro da pele pode se dar por até 01 mês.
Principais Sintomas
Os sintomas tendem a aparecer apenas alguns dias depois da infecção da pele causada pela larva da mosca e eles podem ser:
- Inchaço local com vermelhidão e formação de feridas na pele;
- Liberação de sangue ou um líquido amarelado, através da ferida na pele;
- Coceira ou dor no lugar da ferida.
Geralmente, o diagnóstico de berne em pessoas é feito através do clínico geral por meio da análise das feridas surgidas na pele.
Formas de Tratamento
Toda forma de tratamento contra o berne em seres humanos precisa ser feito através de um médico, isso, não resta dúvida, mas o profissional mais indicado nesse caso é um clínico geral, já que tal infecção não apresenta grande peculiaridade. O tratamento em si consiste especialmente na remoção da larva de dentro da pele através de uma pinça, sempre que for possível se ver a larva, ou ainda por meio da utilização de medicamentos antiparasitários, para acabar com a larva, como a Ivermectina.
Em situações mais agravadas da infecção, pode até mesmo ser preciso se executar uma pequena cirurgia, fazendo um corte na pele a fim de se aumentar o buraquinho e assim retirar com maior facilidade a larva.
Em ambos os casos, o importante é que se tenha higiene, tanto na hora do cuidado dos alimentos, quando na limpeza de machucados. Toda forma de higiene se inicia pela limpeza do corpo e das mãos, sempre que se for fazer algum tipo de alimentação.
Os seres humanos estão frequentemente em contato com vermes e larvas, mesmo que não o vejam, por isso, sempre temos que ter cuidado com a higiene, principalmente quando há algum machucado ou lesão maior na pele.
As moscas ou grandes mosquitos são insetos que botam ovos em diversos ambientes, procurando os locais mais adequados para que seus ovos evoluam, e por mais estranho que possa parecer, os machucados em humanos e animais são alguns desses locais.
As larvas que se desenvolvem nas lesões humanas são chamadas de Berne, pois são postas pelas moscas conhecidas como Beronhas, e podem se alojar em qualquer parte do corpo, inclusive na cabeça.
Um machucado na cabeça, por exemplo, pode começar a doer demasiadamente, como se sofresse ferroadas, isso pode ser indício de que naquele local está depositada uma larva.
Esse inseto se alimenta da carne humana, inclusive causando grandes infecções, que podem levar à retirada de grande parte do tecido ao redor, que fica comprometido.
Há muitas formas de se tratar esse hospedeiro, principalmente com medicamentos adequados e vedando o espaço do machucado, o que faz com que o inseto deixe de respirar, morra e assim possa ser retirado.
